Palestra: Designer de Interiores e o Mercado Laboral

Por: Renata Mello

LIVE INSTAGRAM

#live #instagram #renatamelloblog #palestra #designdeinteriores #designer #profissão #mercadolaboral #gratuito

PORTUGUÊS

A arquiteta Renata Mello fará uma LIVE no Instagram para apresentar a palestra “Designer de Interiores e o Mercado Laboral”. Neste encontro, responderá quatro perguntas revelantes:
1. O que significa ser um Designer de Interiores?
2. Quais são as características pessoais essenciais para se atuar na área?
3. Quais são os campos de atuação?
4. Quais são as perspectivas de futuro?

Se você ficou interessado(a), acesse o Instagram @renatamello.blog no dia 22 de Abril às 13:30hs (Brasil).
Será uma palestra em português totalmente gratuita!

Conferencia: Diseñador de interiores y mercado laboral

ESPAÑOL

La arquitecta Renata Mello hará una LIVE en Instagram para presentar la conferencia “Diseñador de interiores y mercado laboral”. En este encuentro, responderá cuatro preguntas reveladoras:
1. ¿Qué significa ser un diseñador de interiores?
2. ¿Cuáles son las características personales esenciales para trabajar en el área?
3. ¿Cuáles son los campos de acción?
4. ¿Cuáles son las perspectivas para el futuro?
Si estás interesado, visite Instagram @renatamello.blog el 22 de abril a la 1:30 pm (Brasil).
¡Será una conferencia en portugués totalmente gratis!

Publicidade

Intercâmbio em Barcelona (P2)

Por: Renata Mello

DSCN5122

Foto: Arquivo pessoal – Renata Mello, 2019

PORTUGUÊS

O ato de viajar sempre foi e será um convite para expandir horizontes, para sair da rotina diária e se aventurar em um mundo novo. Foi neste processo de descobertas que Renata se envolveu. Esta publicação apresenta a segunda parte dos desafios e conquistas vividos por ela, durante o intercâmbio em Barcelona que ocorreu entre outubro de 2018 a março de 2020. Leia a seguir o seu relato:

Eu gosto de dividir essa viagem em dois momentos. O primeiro marcado principalmente por um processo de adaptação cultural, somado aos estudos do mestrado e ao processo de autoconhecimento com a coach, que compreendeu entre outubro de 2018 a julho de 2019.

O segundo momento se iniciou em setembro de 2019, logo após um período de férias no Brasil. Meus objetivos eram de concluir o trabalho da coach, estudar espanhol, praticar esportes, buscar uma colocação profissional e de viajar pelo país.

Para que tudo isso fosse possível, precisei renovar minha autorização de permanência por mais um ano. Alterei meu visto de estudante para outro que me permitia buscar trabalho. Confesso que durante esse processo de atualização fiquei um pouco tensa. Eram tantos documentos para comprovar a minha sustentabilidade financeira, somado ao pagamento de inúmeras taxas, que me geraram um certo desgaste físico e emocional. Só quem já passou por isso, compreende essa angústia pré-visto.

Durante este processo, descobri que minha autorização de permanência na Espanha me enquadrava como profissional altamente qualificada e que só poderia atuar no setor Cultural, que era o que havia estudado nos últimos meses. Acrescido a esse “detalhe” que já me restringia profissionalmente, também não poderia ocupar a vaga laboral de nenhum espanhol. Enfim, as barreiras eram quase intransponíveis para o trabalho, mas segui com fé até o último dia. Infelizmente não encontrei uma maneira de me inserir regularmente no mercado profissional.

Posso dizer, que as regras para estrangeiros são realmente muito restritivas, principalmente quando você não possui um passaporte europeu. Ter uma boa qualificação profissional, não é o suficiente!

Paralelo aos trâmites consulares, atualizei meu currículo, me inscrevi na academia e no curso de espanhol. Essas foram as primeiras ações, assim que retornei. Queria criar uma rotina saudável! Passei a praticar esportes duas a três vezes na semana. Comecei a comprar alimentos sem agrotóxico e busquei cozinhar minha própria comida.

Até comprei panelas e um fogareiro para cozinhar no quarto. Exatamente isso! Minha casa era composta por um quarto, banheiro e uma pequena varanda. Não havia cozinha privativa, só uma coletiva no térreo. Por isso precisei criar uma cozinha móvel dentro do meu quarto para ter um pouco de qualidade alimentar. Mesmo com espaço bem restrito, eu amava o meu habitat. Saudades do meu quarto, o amado 422.

Para me incentivar na produção gastronômica, comprei uma panela de baixa pressão cor de rosa. Eu sou apaixonada por essa cor e toda vez que olhava minha panela colorida, ficava empolgada para cozinhar nela. Tive que adotar estratégias de psicologia comigo mesma e vi que funcionou superbem!

Outra decisão acertada foi ter me inscrito no curso de espanhol. A professora não queria me colocar na turma, dizendo que estava acima do nível básico 3, mas eu quis assim mesmo. Esse local não tinha cursos intermediários, mas era muito próximo da minha casa e pela praticidade resolvi frequentar as aulas.

Acho que esse foi um dos grandes presentes do intercâmbio. Comecei a estudar em uma classe com pessoas de vinte nacionalidades diferentes e conforme foi passando o tempo, me dei conta de que não havia muitas diferenças entre nós. Os sonhos, os medos, a ânsia de transformar o mundo eram pontos em comum. Eu confesso que fiquei maravilhada com essa descoberta de que não importava a origem, em essência éramos todos iguais. As fronteiras eram ilusórias.

Conheci pessoas incríveis nesta turma! Grande parte dos meus companheiros de estudo já haviam realizado inúmeras viagens pelo mundo ou mesmo já haviam morado em vários países. Por tais feitos, possuíam uma cabeça muito mais aberta a diversidade. Estavam mais conectadas as pessoas do que com uma nação em específica, se transformando em cidadãos do mundo. Como aprendi com essa rica experiência.

Outra surpresa positiva desta fase foi a de encontrar o “Grupo de Mulheres do Brasil em BCN”, associação destinada a apoiar as imigrantes brasileiras residentes na cidade e arredores. A base do trabalho era toda voluntária e cada uma se agrupava a partir de seus interesses e habilidades.

Logo me identifiquei com a proposta e me tornei uma delas. Junto com a Bruna, por exemplo, passei a liderar o comitê de cultura e pouco a pouco fomos organizando eventos e planejando as ações para 2020. Foi uma vivência maravilhosa e extremamente enriquecedora. Conheci mulheres incríveis!

Juntas, nos tornamos mais fortes! Começamos a crescer dentro da sociedade catalã através de importantes parcerias com empresas locais. Tudo isso em tão pouco tempo! Sinto muita alegria e satisfação por ter contribuído neste trabalho que tem como nobre propósito o de acolher e empoderar a imigrante brasileira, colocando-a como protagonista dentro de seu meio.

Além disso, ganhei mais presentes da vida. Fiz outras amizades especiais, tais como, com meus vizinhos de residência, com meu amigo gestor cultural do México, com meus companheiros do mestrado e seus namorados, com meu professor preferido do mestrado, com minhas amigas intelectuais brasileiras, entre tantos outros que me acolheram com palavras de amor e carinho, ou mesmo com um abraço sincero.

Outra coisa mágica que aconteceu neste período, foi o de reencontrar amigos muito antigos que fazia anos que não nos víamos. Foi o caso dos encontros históricos com a amiga venezuelana Manena, com o amigo mexicano, Juan Carlos e com o francês, companheiro de aventuras, Nicolas. Como poderia imaginar que Barcelona seria o ponto de convergência de tantas conexões afetivas!

Quantos milagres! Quantos presentes! Como não agradecer tudo isso! Obrigada ao universo por todas essas experiências que me enriqueceram a alma. Viver em Barcelona não foi fácil! Enfrentei inúmeros desafios internos e externos, mas evolui muito como pessoa. Me emocionei com a generosidade humana!

Também recebi visitas e conselhos de amigos queridos que já me conheciam de longa data. Como foi importante todas essas conexões! Meus amigos brasileiros também me acompanharam de perto. Mesmo estando longe fisicamente, não estava desconectada deles.

E minha família? Lógico que eles gostariam que eu não estivesse longe, mas eu não estava. Falava constantemente com eles por telefone em longas chamadas de vídeo. Acompanhava suas histórias e conquistas mesmo vivendo em outro país. Eu sei que para eles a minha ausência foi a mais difícil, mas eu precisava construir o meu caminho. Minha alma pedia expansão e eu segui esse chamado.

Alguns poderão me perguntar e o trabalho da coach? Você terminou? Eu concluí 85% do meu objetivo. Tive que efetuar uma pausa. Nem sempre foi possível permanecer em estado introspectivo. Necessitei agir em muitas circunstâncias externas e não podia seguir canalizando minha energia para dentro. Como os espanhóis diriam: Não passa nada!

Esse processo de autoconhecimento continua pela vida. Essa permanência em Barcelona fez parte de mais uma etapa nesta viagem! Não mencionei muito sobre as viagens físicas que realizei, pois elas formam parte deste cenário de tantos aprendizados.

E o futuro? Eu ainda não sei. Ficarei no Brasil? Morarei em outro país? Não estou preocupada com isso agora, sei que dia a dia me preparo para atuar neste novo mundo e irei para onde for necessário o meu trabalho.

Por fim, quero agradecer a você, leitor!

Obrigada por viajar comigo nesta história. Até a próxima!

Intercambio en Barcelona (P2)

Por: Renata Mello

ESPAÑOL

El acto de viajar siempre ha sido y será una invitación a expandir horizontes, salir de la rutina diaria y aventurarse en un mundo nuevo. Fue en este proceso de descubrimientos que Renata se involucró. Esta publicación presenta la segunda parte de los desafíos y logros experimentados por ella, durante el intercambio en Barcelona que tuvo lugar entre octubre de 2018 y marzo de 2020. Lea su historia a continuación:

Me gusta dividir este viaje en dos momentos. El primero estuvo marcado principalmente por un proceso de adaptación cultural, agregado a los estudios del máster y al proceso de autoconocimiento con la coach, que comprendió entre octubre de 2018 y julio de 2019.

El segundo momento comenzó en septiembre de 2019, justo después de unas vacaciones en Brasil. Mis objetivos eran completar el trabajo de coaching, estudiar español, practicar deportes, buscar una colocación profesional y viajar por el país.

Para que todo esto fuera posible, tuve que renovar mi autorización para quedarme por un año más. Cambié mi visa de estudiante por una que me permitiera buscar trabajo. Confieso que durante este proceso de actualización estaba un poco tensa. Había tantos documentos para demostrar mi sostenibilidad financiera, además del pago de numerosas tasas, lo que generó cierta tensión física y emocional. Solo aquellos que han pasado por esto, entienden esta angustia antes de obtener la vista.

Durante este proceso, descubrí que mi autorización para permanecer en España me clasificó como una profesional altamente calificada y que solo podía trabajar en el sector Cultural, que era lo que había estudiado en los últimos meses. Además de este “detalle” que ya me restringía profesionalmente, no podía ocupar la vacante de trabajo de ningún español. De todos modos, las barreras eran casi insuperables para el trabajo, pero seguí con fe hasta el último día. Desafortunadamente, no encontré una manera de ingresar al mercado profesional regularmente.

Puedo decir que las reglas para los extranjeros son en realidad muy estrictas, especialmente cuando no tienes un pasaporte europeo. ¡Tener una buena calificación profesional no es suficiente!

Paralelo a los procedimientos consulares, actualicé mi currículo, me inscribí en la academia y en el curso de español. Esas fueron las primeras acciones, así que regresé. ¡Quería crear una rutina saludable! Empecé a practicar deportes dos o tres veces por semana. Comencé a comprar alimentos sin pesticidas e intenté cocinar mi propia comida.

Incluso compré ollas y sartenes para cocinar en la habitación. ¡Exactamente eso! Mi casa constaba de un dormitorio, baño y un pequeño balcón. No había cocina privada, solo una colectiva en la planta baja. Así que tuve que crear una cocina móvil dentro de mi habitación para tener algo de calidad alimentaria. Incluso con espacio limitado, me encantaba mi hábitat. Echo de menos mi habitación, la amada 422.

Para animarme en la producción gastronómica, compré una olla rosa de baja presión. Me encanta este color y cada vez que miraba mi olla de color, me invitaba cocinar en ella. ¡Tuve que adoptar estrategias de psicología conmigo misma y vi que funcionó de manera excelente!

Otra decisión correcta fue inscribirse en el curso de español. La profesora no quería ponerme en la clase, diciendo que estaba por encima del nivel básico 3, pero yo dice que quería de todos modos. Este lugar no tenía cursos intermedios, pero estaba muy cerca de mi casa y por razones prácticas decidí asistir a clases.

Creo que ese fue uno de los grandes regalos del intercambio. Comencé a estudiar en una clase con personas de veinte nacionalidades diferentes y, con el tiempo, me di cuenta de que no había muchas diferencias entre nosotros. Los sueños, los miedos, la necesidad de transformar el mundo eran puntos comunes. Confieso que estaba encantada con este descubrimiento de que no importaba de dónde viniéramos, en esencia todos éramos iguales. Las fronteras eran ilusorias.

¡Conocí gente increíble en esta clase! La mayoría de mis compañeros de estudios ya habían realizado numerosos viajes alrededor del mundo o incluso vivido en varios países. Para tales logros, tenían una mente mucho más abierta a la diversidad. Ellos estaban más conectados con la gente que con una nación específica, convirtiéndose en ciudadanos del mundo. Como aprendí de esta rica experiencia.

Otra sorpresa positiva de esta fase fue encontrar el “Grupo de Mulheres do Brasil em BCN”, una asociación diseñada para apoyar a las inmigrantes brasileñas que viven en la ciudad y sus alrededores. La base del trabajo era voluntaria y cada persona se agrupaba frente a sus grupos de intereses y habilidades.

Luego me identifiqué con la propuesta y pronto me convertí en una de ellas. Junto con Bruna, por ejemplo, comencé a dirigir el comité de cultura y poco a poco fuimos organizando eventos y planificando acciones para 2020. Fue una experiencia maravillosa y extremadamente enriquecedora. ¡Conocí mujeres increíbles!

¡Juntos, nos hacemos más fuertes! Comenzamos a crecer dentro de la sociedad catalana a través de importantes asociaciones con empresas locales. ¡Todo esto en tan poco tiempo! Siento mucha alegría y satisfacción por haber contribuido a este trabajo, cuyo noble propósito es acoger y empoderar a las inmigrantes brasileñas, colocándolas como protagonistas dentro de su entorno.

Además, recibí más regalos de la vida. Hice otras amistades especiales, como, con mis vecinos de residencia, con mi amigo gestor cultural de México, con mis compañeros en la maestría y sus novios, con mi profesor favorito del máster, con mis amigas intelectuales brasileñas, entre muchos otros que me dieron la bienvenida, con palabras de amor y cariño, o incluso con un abrazo sincero.

Otra cosa mágica que sucedió durante este período fue encontrarse con viejos amigos que no se habían visto en años. Este fue el caso de encuentros históricos con la amiga venezolana Manena, con el amigo mexicano Juan Carlos y con el francés, compañero de aventuras, Nicolas. ¡Cómo podría imaginar que Barcelona sería el punto focal de tantas conexiones afectivas!

¡Cuántos milagros! ¡Cuántos regalos! ¡Cómo no agradecer todo esto! Gracias al universo por todas estas experiencias que han enriquecido mi alma. ¡Vivir en Barcelona no fue fácil! Enfrenté innumerables desafíos internos y externos, pero evolucioné mucho como persona. ¡Me conmovió la generosidad humana!

También recibí visitas y consejos de queridos amigos que me conocían desde hace mucho tiempo. ¡Qué importantes fueron todas estas conexiones! Mis amigos brasileños también me siguieron de cerca. Aunque estaba físicamente lejos, no estaba desconectado de ellos.

¿Y mi familia? Por supuesto, desearían que no estuviera lejos, pero no lo estaba. Constantemente hablaba con ellos por teléfono durante largas videollamadas. Yo seguí sus historias y logros a pesar de que vivía en otro país. Sé que mi ausencia fue la más difícil para ellos, pero necesitaba abrirme camino. Mi alma pidió expansión y seguí esa llamada.

Algunos de vosotros podrían preguntarme sobre el trabajo de autoconocimiento con la coach. ¿Tu terminaste? Completé el 85% de mi objetivo. Tuve que tomar un descanso. No siempre fue posible permanecer en un estado introspectivo. Necesitaba actuar en muchas circunstancias externas y no podía continuar canalizando mi energía hacia adentro. Como dirían los españoles: ¡no pasa nada!

Este proceso de autoconocimiento continuará durante toda la vida. ¡Esta estancia en Barcelona fue parte de este viaje! No mencioné mucho sobre los viajes físicos que hice, ya que son parte de este escenario de tantos aprendizajes.

¿Y el futuro? Todavía no lo sé. ¿Me quedaré en Brasil? ¿Viviré en otro país? No estoy preocupada con eso ahora, sé que día a día me estoy preparando para actuar en este nuevo mundo e iré a donde se necesita mi trabajo.

¡Finalmente, quiero agradecerle, lector!

Gracias por viajar conmigo en esta historia. ¡Hasta la próxima!

Intercâmbio em Barcelona (P1)

Por: Renata Mello

DSCN0825

Foto: Arquivo pessoal – Renata Mello, 2019

PORTUGUÊS

Morar temporariamente em outro país é o desejo recorrente de muitas pessoas. As razões são diversas, dentre elas, o de imergir em uma nova cultura, o de aprender um novo idioma, o de conhecer pessoas, o de realizar um curso de aperfeiçoamento ou de viver tudo isso simultaneamente.

Recentemente, a autora deste blog vivenciou essa experiencia e descreverá em primeira pessoa, suas vivencias e aprendizados em dois posts! O primeiro relato pode ser conferido a seguir:

O sonho de realizar um intercâmbio surgiu próximo aos meus vinte e poucos anos, mas devido a alguns compromissos familiares teve que ser adiado. A ideia original era estudar inglês em Londres.

Os anos passaram e esse desejo parecia cada vez mais impossível. Eu vivia trabalhando intensamente, me dividindo entre projetos de arquitetura, acompanhamentos de obra somados a ministrar algumas disciplinas na faculdade de arquitetura e design de interiores.

Eu estava muito contente com minha louca rotina, principalmente com a docência. Ficava maravilhada com o progresso dos meus alunos. Acho que era uma professora apaixonada! Não media esforços para que eles aprendessem e saíssem das minhas aulas empoderados para atuarem no mercado de trabalho.

Durante esse período que atuei como docente, me transformei internamente. A disciplina na qual ensinava sobre o universo das cores, mexeu comigo. Despertou antigos interesses que estavam adormecidos. Eu precisava fazer algo!

Na época eu fazia terapia e minha psicóloga me disse: “Por que não retoma seu sonho de desbravar o mundo e de ter contato com o universo cultural?”. Na hora fiquei espantada e depois segui pensativa. Imaginava que não tinha mais idade para isso e ela me incentivou dizendo que não havia idade adequada para realizar sonhos.

Durante três anos fiquei germinando essa ideia. Pensei em morar no Canadá para estudar inglês, mas desisti. Depois surgiu a possibilidade de estudar um segundo mestrado e eu embarquei por esse caminho.

Então, escolhi estudar Gestão Cultural na cidade que sempre me encantou, Barcelona. Era uma relação antiga de amor que nasceu em 2002 e desde o primeiro contato com a cidade, fiquei com o desejo de morar neste lugar. Como poderia imaginar que anos depois eu estaria diariamente circulando por suas ruas, desfrutando da gastronomia mediterrânea e de outras particularidades da cultura catalã.

O intercâmbio efetivamente começou depois que passei no processo seletivo para realizar um mestrado universitário. Em primeiro de outubro de 2019, cheguei sozinha a Barcelona. Nessa ocasião, sabia somente que estava matriculada na Universidade, porém não conhecia ninguém e tampouco tinha casa para morar. Os primeiros dias me hospedei em um hotel.

Pouco tempo depois, as aulas começaram em meio a busca por residência, regularização de visto e outras questões burocráticas de base. Quanta alegria, euforia e esperança misturada a incertezas.

O primeiro mês mudei de casa cinco vezes, até me fixar em uma residência de estudantes na qual permaneci até o final da minha experiencia. Os primeiros trinta dias foram tão intensos que nem senti muito bem o que estava acontecendo.

Na Universidade o espírito era de muita alegria, pois todos estavam realizando o sonho da pós-graduação. Havia alunos de diversas partes do mundo, principalmente originários da América Latina. O clima era de puro intercâmbio cultural!

Paralelo a essa atmosfera de descontração, residia em mim um certo temor em relação a conseguir realizar um mestrado em espanhol. Eu havia estudado o idioma entre meus 22 e 24 anos e naquele momento estava com 38. É fato que já não me recordava de muitas estruturas gramaticais.

Para superar esse desafio, tive que estudar MUITO! Passei inúmeros finais de semana estudando os novos conteúdos e em como poderia escrever essas informações em espanhol.  Meus cadernos sempre estavam em português e depois tinha que traduzi-los. O desafio foi em dobro.

O segundo mês do intercambio foi um dos mais difíceis, pois neste momento percebi efetivamente a mudança. Literalmente a “ficha caiu”! Sentia muita falta da família, dos amigos e do feijão. Exatamente como você está lendo, eu senti saudades do feijão. Isso foi bastante curioso, uma vez que no Brasil eu não era uma consumidora assídua. No início não sentia muita familiaridade com a comida e isso me deixava bastante abalada. Chorava muito!

O tempo passou e pouco a pouco fui me adaptando a nova realidade. O desconhecido se tornou amigável e encantador. Conheci novos lugares e pessoas e comecei a construir histórias afetivas.

Na faculdade, a euforia inicial passou e a seriedade tomou conta dos companheiros de estudo. Cada um tentou fazer da melhor forma seus trabalhos e ainda alguns tentaram conciliar com os estágios.

Naquele momento, optei em realizar posteriormente essa experiencia laboral, pois já era desafio suficiente estudar uma nova área em outro idioma. No final, acabei validando meu estágio com atuações profissionais anteriores e passei satisfatoriamente nesta disciplina.

Paralelo ao mestrado também optei em realizar um processo profundo de autoconhecimento, assessorado por uma profissional especializada que atendia aos alunos da Universidade. Quantos desafios enfrentei nesta viagem interior!

Meses depois, entrei em uma crise profunda. Minha avó paterna faleceu e eu não pude retornar ao Brasil. Neste momento lembranças do passado se somaram a esse fato e eu entrei em colapso. Anos atrás, em meu primeiro mestrado, perdi meus avós maternos e meu pai. Agora estudando novamente, sofria outra perda importante.

Graças ao apoio da minha coach e seus conselhos, pude reagir e após esse fato, resgatei toda a minha força para concluir o mestrado. Voltei com tudo! Não media esforços para obter excelentes resultados nos estudos e assim foi até o fim.

Neste processo reaprendi a ser aluna, depois de ter passado tantos anos como professora. Acredito que essa vivência também contribuirá para que futuramente eu seja uma docente ainda melhor.

Além disso, constato que esses nove meses de mestrado foram realmente de estudos intensos, reflexões pessoais e eventualmente alguns passeios para conhecer a cidade e outras regiões circundantes. Meu tempo de lazer era realmente muito escasso, mas eu não me arrependo das minhas escolhas.

Pessoalmente aprendi a importância de exercitar o perdão e a gratidão. De quão valido é viajar pela própria história e retirar o que não serve mais para que novos voos possam ser alçados futuramente. Como amadureci com todas essas reflexões!

Diferente dos meus companheiros de mestrado, optei em morar sozinha, justamente porque queria ter esse ganho interno, no qual pude chegar através de muito silencio e meditação.

Na reta final do mestrado, parei com esse processo introspectivo e foquei exclusivamente em terminar as disciplinas até o final de maio de 2019. Depois de muitas noites sem dormir, consegui atingir o objetivo. Com isso, iniciava uma nova etapa, a de realizar a dissertação.

Dia após dia, durante trinta dias, eu e meu companheiro de trabalho escrevíamos sem parar. Quantos debates para chegarmos a um trabalho completo e relevante para o campo da museologia e museografia. Eu fiquei muito orgulhosa com o resultado! A consagração veio com a apresentação final e com os comentários positivos recebidos pelos avaliadores. Enfim, nós tínhamos conseguido!

Em julho de 2019, recebi oficialmente o título de Mestre em Gestão Cultural!

Com essa conquista, encerrei a primeira fase do meu intercâmbio.

 

(Continua futuramente no post: “Intercâmbio em Barcelona (P2)”

 

Intercambio en Barcelona (P1)

Por: Renata Mello

ESPAÑOL

Vivir temporalmente en otro país es un deseo recurrente de muchas personas. Las razones son diversas, entre ellas, sumergirse en una nueva cultura, aprender un nuevo idioma, conocer gente, hacer un posgrado o vivirlo todo simultáneamente.

Recientemente, la autora de este blog vivió esta experiencia y describirá en primera persona sus experiencias y su aprendizaje en dos publicaciones. El primer informe se puede ver a continuación:

El sueño de hacer un intercambio se acercó a mis veinte años, pero debido a algunos compromisos familiares, tuvo que posponerse. La idea original era estudiar inglés en Londres.

Pasaron los años y ese deseo parecía cada vez más imposible. Siempre estaba trabajando intensamente, dividiéndome entre proyectos y monitoreo de trabajos de arquitectura, añadidos a la enseñanza de algunas asignaturas en la facultad de arquitectura y diseño de interiores.

Estaba muy contenta con mi rutina loca, especialmente con la enseñanza. Me quedaba sorprendida con el progreso de mis alumnos. ¡Creo que era una profesora apasionada! Yo hacia de todo para que aprendieran y dejaran mis clases capacitados para trabajar en el mercado laboral.

Durante este período que trabajé como profesora, me transformé internamente. La asignatura en la que enseñé sobre el universo de los colores me cambió. Despertó viejos intereses que estaban inactivos. ¡Necesitaba hacer algo!

En ese momento, estaba en terapia y mi psicóloga me dijo: “¿Por qué no reanudas tu sueño de explorar el mundo y tener contacto con el universo cultural?”. En ese momento me sorprendió y luego seguí pensativa. Pensé que estaba demasiada mayor para lograr este sueño y ella me animó diciendome que no había una edad adecuada para hacer realidad los sueños.

Esta idea germinó durante tres años. Pensé en vivir en Canadá para estudiar inglés, pero decidí no seguir este camino. Luego apareció la posibilidad de estudiar un segundo máster y embarqué en este camino.

Entonces, elegí estudiar Gestión Cultural en la ciudad que siempre me ha encantado, Barcelona. Era una antigua relación de amor que nació en 2002 y desde el primer contacto con la ciudad, me quedé con el deseo de vivir en este lugar. ¿Cómo podría imaginarme que años más tarde estaría caminando por sus calles todos los días, disfrutando de la cocina mediterránea y otras peculiaridades de la cultura catalana?

El intercambio en realidad empezó después de ingresar en el proceso de selección del master. El 1 de octubre de 2019, llegué a Barcelona solita. En ese momento, solo sabía que estaba inscrita en la Universidad, pero no conocía a nadie y ni siquiera tenía un hogar para vivir. Los primeros días me quedé en un hotel.

Poco después, las clases comenzaron en medio de la búsqueda de vivienda, regularización de visas y otros asuntos burocráticos básicos. Tanta alegría, euforia y esperanza mezcladas con incertidumbre.

El primer mes me mudé a casa cinco veces, hasta que me instalé en una residencia de estudiantes donde me quedé hasta el final de mi experiencia. Los primeros treinta días fueron tan intensos que ni siquiera sentí muy bien lo que estaba pasando.

En la Universidad, el espíritu era muy alegre, ya que todos cumplían el sueño de hacer un posgrado. Había estudiantes de diferentes partes del mundo, principalmente de Latino America. ¡El ambiente era de puro intercambio cultural!

Paralelamente a este ambiente relajado, había un cierto miedo en mí para obtener un máster en español. Había estudiado el idioma entre mis 22 y 24 años y en ese momento tenía 38. Por eso, ya no me acordaba muchas estructuras gramaticales.

Para superar este desafío, tuve que estudiar MUCHO! Pasé innumerables fines de semana estudiando el nuevo contenido y cómo podría escribir esa información en español. Mis cuadernos siempre estaban en portugués y luego tuve que traducirlos. El desafío fue doble.

El segundo mes del intercambio fue uno de los más difíciles, porque en este momento realmente noté el cambio. Extrañaba mucho a mi familia, amigos y frijoles. ¡Si! Extrañé los frijoles. Esto fue bastante curioso, ya que en Brasil no era una consumidora habitual. Al principio no me sentía muy familiarizada con la comida y me dejó muy molesta. Lloré mucho!

Pasó el tiempo y poco a poco fui adaptandome a la nueva realidad. El extraño se volvió amigable y encantador. Conocí nuevos lugares y personas y comencé a construir historias afectivas.

En la universidad, la euforia inicial pasó y la seriedad se hizo cargo de los compañeros. Cada uno trató de hacer su trabajo de la mejor manera y aún algunos trataron de conciliar con las prácticas profesionales.

En ese momento, opté por llevar a cabo esta experiencia laboral más tarde, ya que era desafío suficiente estudiar una nueva área en otro idioma. Al final, terminé validando mis prácticas con actividades profesionales anteriores y pasé esta disciplina satisfactoriamente.

Paralelamente al máster, también opté por llevar a cabo un profundo proceso de autoconocimiento, asesorada por una profesional especializada que atendió a los estudiantes de la Universidad. ¡Cuántos desafíos enfrenté en este viaje interior!

Meses después, entré en una profunda crisis. Mi abuela paterna falleció y no pude regresar a Brasil. En ese momento, los recuerdos del pasado se sumaron a ese hecho y colapsé. Hace años, en mi primer máster, perdí a mis abuelos maternos y a mi padre. Ahora estudiando de nuevo, sufri otra pérdida importante.

Gracias al apoyo de mi coach y su consejo, pude reaccionar y después de eso, recuperé todas mis fuerzas para completar mi máster. Regresé con todo! Yo hice todo esfuerzo por obtener excelentes calificaciones en los estudios y así continuó hasta el final.

En este proceso aprendí a ser estudiante de nuevo, después de haber pasado tantos años como profesora. Creo que esta experiencia también contribuirá a hacerme una mejor profesional en el futuro.

Además, noto que estos nueve meses de máster fueron realmente de intensos estudios, reflexiones personales y hice también algunos viajes para conocer la ciudad y otras regiones circundantes. Mi tiempo libre era realmente escaso, pero no me arrepiento de mis elecciones.

Personalmente aprendí la importancia de ejercer el perdón y la gratitud. Cuán válido es viajar a través del su historia personal y eliminar lo que ya no sirve para poder tomar nuevos vuelos en el futuro. ¡Cómo maduré con todas estas reflexiones!

A diferencia de mis compañeros de máster, elegí vivir sola, precisamente porque quería tener este viaje de autoconocimiento, que pude alcanzar a través de mucho silencio y meditación.

En el tramo final de los estudios, detuve este proceso introspectivo y me concentré exclusivamente en terminar las asignaturas para fines de mayo de 2019. Después de muchas noches de insomnio, logré alcanzar la meta. Con eso, comenzó una nueva etapa, la de llevar a cabo la disertación.

Día tras día, durante treinta días, mi compañero de trabajo y yo escribimos sin parar. Cuántos debates para llegar a un trabajo completo y relevante para el campo de la museología y la museografía. ¡Estaba muy orgullosa del resultado! La consagración llegó con la presentación final y los comentarios positivos recibidos por los evaluadores. Habíamos superado con éxito este desafío.

¡En julio de 2019, recibí oficialmente el título de Máster en Gestión Cultural!

Con este logro, terminé la primera fase de mi intercambio.

(Continúa en el futuro post: “Intercambio en Barcelona (P2)”

Barcelona: Como não te amar?

PORTUGUÊS

Por: Renata Mello

Ah, Barcelona!
Como não te amar?
Tu és cidade-única
Tu és cidade-plural
Tu és uma cidade-multicultural

Tu és Cidade-Gaudí
Com o dragão escondido da Batlló
Com os soldados da Milá
Com as curvas sinuosas do Parque Güell
Com a monumentalidade da Sagrada Família

Tu és Cidade-Sant Medir
Com a música abre alas
Com os cavaleiros pelas ruas
Com a vizinhança vibrante
Com os confeitos arremessados

Tu és Cidade-Sant Jordi
Com as pessoas no Passeio de Grácia
Com os homens recebendo livros
Com as mulheres acolhendo as rosas
Com a celebração dos corações apaixonados

Tu és Cidade-Sant Joan
Com as praias lotadas
Com as pessoas a bailar
Com a alegria espalhada
Com os fogos a iluminar

Tu és Cidade-Sant Mercè
Com as ruas cheias de arte
Com os povos reunidos
Com as águas de Montjuïc a bailar
Com o céu todo a iluminar

Tu és Cidade-Sant Esteban
Com a família toda reunida
Com a celebração da união
Com os canelones gratinados
Com as histórias saudosistas

Ah, Barcelona!
Como não te amar?
Tu és cidade-encanto
Tu és cidade-jovial
Tu és uma cidade-especial

ESPAÑOL

Barcelona: ¿Cómo no amarte?

Por: Renata Mello

¡Ah, Barcelona!
¿Cómo no amarte?
Eres ciudad-unica
Eres ciudad-plural
Eres una ciudad-multicultural

Tu es Ciudad-Gaudí
Con el dragón oculto de Batlló
Con los soldados de Milá
Con las curvas sinuosas del Park Güell
Con la monumentalidad de la Sagrada Familia

Tu es Ciudad-Sant Medir
Con música abre alas
Con los caballeros por las calles
Con los vecinos vibrantes
Con los caramelos lanzados

Tu es Ciudad-Sant Jordi
Con gente en el Paseo de Gracia
Con hombres recibiendo libros
Con mujeres ganando a las rosas
Con la celebración de corazones enamorados

Tu es Ciudad-Sant Joan
Con playas abarrotadas
Con personas bailando
Con alegría extendida
Con los fuegos encendidos

Tu es Ciudad-Sant Mercè
Con calles llenas de arte
Con la gente reunida
Con las aguas de Montjuïc bailando
Con todo el cielo iluminando

Tu es Ciudad-Sant Esteban
Con toda la familia junta
Con la celebración de la unión
Con canelones gratinados
Con las historias de nostalgia

¡Ah, Barcelona!
¿Cómo no amarte?
Eres ciudad-encantadora
Eres ciudad-jovial
Eres una ciudad-especial

Educação do futuro

Por Renata Mello

20200214_084944

PORTUGUÊS

Você já parou para pensar a respeito de como deveria ser a educação do futuro? Sobre qual seria a melhor forma de preparar as crianças e os adultos para as novas demandas da sociedade?

Nos próximos anos, as pessoas conviverão cada vez mais com sistemas computacionais inteligentes, onde máquinas poderão otimizar ações repetitivas do dia a dia, ou mesmo atuarem como secretárias virtuais em outras solicitações da jornada diária.

Além disso, o limite de tempo e espaço como se entende hoje se transformará devido a ultra mobilidade proporcionada pelos dispositivos eletrônicos. A realidade física e a virtual estarão cada vez mais interconectadas. 

Devido a tantas mudanças, paira no ar também um estado de insegurança e incertezas quanto ao futuro de algumas profissões e sobre como surfar bem nestas ondas de inovações.  

No campo da educação a reflexão consiste em: “Será que falar sobre matemática, biologia, química e outras áreas afins, serão as temáticas suficientes para enfrentar esta nova era?”  Renata, educadora universitária, acredita que não.

Então, como deveria ser a educação do futuro?

Para responder a essa pergunta, Renata visitou recentemente a escola rural L´Estany localizada no interior da Catalunha, Espanha. Essa escola foi escolhida por apresentar soluções inovadoras que tentam responder as estas novas demandas. Nela, os professores, os pais e os alunos co-criam diariamente, transformando o ato de aprender em um processo contínuo, beneficiando todos os envolvidos.

Existem três pilares chaves neste processo. O primeiro é que as pessoas sejam felizes, o segundo, que o aprendizado ocorra durante o desenvolvimento de projetos reais e por último que todos atuem em prol da comunidade. 

A revista escolar é um exemplo prático deste processo de ensino. Os alunos com idade até 12 anos, escrevem os artigos da revista e depois eles mesmos saem pela comunidade em busca de patrocínio e publicidade para viabilizar a publicação de cada exemplar. 

Essa dinâmica de trabalhar por projeto e com equipes de alunos de diversas idades, associada a parceria entre escola, pais e comunidade local, permite desenvolver indivíduos mais empoderados. Os pequenos são treinados desde cedo, a pensarem, planejarem e efetivarem seus projetos na vida real. 

Outro aspecto a destacar é que após cada atividade educativa, eles recebem três perguntas básicas: 

  • O que você fez?
  • O que aprendeu?
  • Como se sentiu?

Essa última pergunta exercita o aluno a expressar suas emoções de forma livre e sem julgamentos. Essa prática fortalece a inteligência emocional e permite que o indivíduo se posicione de forma mais transparente e verdadeira nos processos.

Outra característica inovadora consiste em reuniões diárias entre as crianças e os professores, as chamadas “assembleias”. Neste espaço todos tem direitos iguais para opinar e apresentar ideias destinadas a solucionar problemas ou tomar decisões relevantes que impactam no coletivo da escola.

Com todas essas iniciativas, as crianças vão progressivamente desenvolvendo diversas habilidades e competências para enfrentar qualquer tipo de situação no presente e no futuro. Espera-se com isso, formar seres humanos mais empoderados, críticos e conscientes de seus papéis como agentes transformadores de seu meio social.

Você conhece outras iniciativas? Compartilhe e enriqueça essa discussão!

Educacion del futuro

Por Renata Mello

ESPAÑOL

¿Alguna vez te has parado a pensar cómo debería ser la educación del futuro? ¿Cuál sería la mejor manera de preparar a niños y adultos para las nuevas demandas de la sociedad?

En los próximos años, las personas vivirán cada vez más con sistemas informáticos inteligentes, donde las máquinas podrán optimizar las acciones diarias repetitivas, o incluso actuar como secretarios virtuales en otras solicitudes del viaje diario.

Además, el límite de tiempo y espacio tal como se entiende hoy cambiará debido a la ultra movilidad proporcionada por los dispositivos electrónicos. La realidad física y virtual estará cada vez más interconectada.

Debido a tantos cambios, también existe un estado de inseguridad e incertidumbre sobre el futuro de algunas profesiones y sobre cómo navegar bien en estas oleadas de innovaciones.

En el campo de la educación, la reflexión consiste en: “¿Hablar de matemáticas, biología, química y otras áreas relacionadas será suficiente para enfrentar esta nueva era?” Renata, una educadora universitaria, cree que no.

Entonces, ¿cómo debería ser la educación del futuro?

Para responder a esta pregunta, Renata visitó recientemente la escuela rural L´Estany ubicada en el interior de Cataluña, España. Esta escuela fue elegida por presentar soluciones innovadoras que intentan responder a estas nuevas demandas. En él, maestros, padres y alumnos co-crean diariamente, transformando el acto de aprender en un proceso constante, beneficiando a todos los involucrados.

Hay tres pilares clave en este proceso. El primero es que las personas están felices, el segundo, que el aprendizaje ocurre durante el desarrollo de proyectos reales y, por último, que todos trabajan para la comunidad.

La revista escolar es un ejemplo práctico de este proceso de enseñanza. Los estudiantes de hasta 12 años escriben los artículos de la revista y luego salen a la comunidad en busca de patrocinio y publicidad para permitir la publicación de cada número.

Esta dinámica de trabajar por proyecto y con equipos de estudiantes de diferentes edades, asociada con la asociación entre la escuela, los padres y la comunidad local, permite desarrollar individuos más empoderados. Los más pequeños están entrenados desde una edad temprana para pensar, planificar y llevar a cabo sus proyectos en la vida real.

Otro aspecto a destacar es que después de cada actividad educativa, reciben tres preguntas básicas:

  • ¿Que hiciste?
  • ¿Que has aprendido?
  • ¿Como te sentiste?

Esta última pregunta ejercita al alumno para expresar sus emociones libremente y sin juzgar. Esta práctica fortalece la inteligencia emocional y permite al individuo posicionarse de manera más transparente y veraz en los procesos.

Otra característica innovadora consiste en reuniones diarias entre niños y maestros, las llamadas “asambleas”. En este espacio, todos tienen los mismos derechos para expresar opiniones y presentar ideas destinadas a resolver problemas o tomar decisiones relevantes que afecten al colectivo de la escuela.

Con todas estas iniciativas, los niños desarrollan progresivamente diferentes habilidades y competencias para enfrentar cualquier tipo de situación en el presente y en el futuro. Con esto, se espera formar seres humanos más empoderados, críticos y conscientes de sus roles como agentes que transforman su entorno social.

¿Conoces otras iniciativas? ¡Comparte y enriquece esta discusión!

 

Barcelona: Hospital Santa Creu i Sant Pau

Por: Renata Mello

PORTUGUÊS

Barcelona é uma cidade que possui muitas obras singulares da arquitetura mundial, tendo como destaque as instalações do antigo “Hospital Santa Creu i Sant Pau”. Esse local possui um impressionante conjunto arquitetônico idealizado originalmente por 48 pavilhões destinados a saúde, os quais foram projetados pelo arquiteto modernista catalão Lluís Domènech i Montaner no ano de 1901. Concretamente apenas 27 edifícios foram construídos entre 1902 a 1930, mas somente 16 seguiram o projeto original.

Montaner estudou o que havia de vanguarda para a época do ponto de vista médico, tecnológico e arquitetônico e propôs soluções espaciais que nasciam em função das necessidades humanas. Após um período de pesquisas, o arquiteto projetou edifícios com numerosas janelas, implantados estrategicamente no terreno segundo a importância de suas funções dentro do sistema hospitalar. Além disso, os prédios foram posicionados para facilitar a entrada de luz natural, a ventilação constante e permitir o contato visual entre o interior e o jardim proposto, criando uma atmosfera salubre. As soluções adotadas favoreciam a pronta recuperação dos pacientes e melhoravam as condições laborais dos médicos e demais trabalhadores.

Efetivamente as atividades do complexo se iniciaram em 1916 e foram até 2009, mas desde 1997 é considerado Patrimônio Mundial da UNESCO, transcendendo sua importância inicial. Atualmente o antigo “Hospital Santa Creu i Sant Pau” está aberto à visitação e convida aos amantes das artes e da boa arquitetura a desfrutar deste lugar que encanta os olhos e traz paz a alma.

A seguir encontra-se uma exposição fotográfica contendo imagens captadas por Renata Mello, durante visita realizada em setembro de 2019. Desfrutem!

Este slideshow necessita de JavaScript.

ESPAÑOL

Barcelona es una ciudad que tiene muchas obras únicas de arquitectura mundial, destacando las instalaciones del antiguo “Hospital Santa Creu i Sant Pau“. Este sitio tiene un impresionante conjunto arquitectónico diseñado originalmente por 48 pabellones de salud, que fueron diseñados por el arquitecto modernista catalán Lluís Domènech i Montaner en el año 1901. Específicamente, solo se construyeron 27 edificios entre 1902 y 1930, pero 16 siguieron el proyecto original.

Montaner estudió lo que estaba a la vanguardia de la época desde un punto de vista médico, tecnológico y arquitectónico, y propuso soluciones espaciales que nacieron en respuesta a las necesidades humanas. Después de un período de investigación, el arquitecto diseñó edificios con numerosas ventanas, ubicadas estratégicamente en el suelo de acuerdo con la importancia de sus funciones dentro del sistema hospitalario. Además, los edificios se colocaron para facilitar la entrada de luz natural, ventilación constante y permitir el contacto visual entre el interior y el jardín propuesto, creando una atmósfera saludable. Las soluciones adoptadas favorecieron la pronta recuperación de los pacientes y mejoraron las condiciones de trabajo de los médicos y otros trabajadores.

De hecho, las actividades del complejo comenzaron en 1916 y fueron hasta 2009, pero desde 1997 se considera Patrimonio de la Humanidad por la UNESCO, trascendiendo su importancia inicial. Hoy en día, el antiguo “Hospital Santa Creu i Sant Pau” está abierto a los visitantes e invita a los amantes de las artes y la buena arquitectura a disfrutar de este lugar que deleita los ojos y trae paz al alma.

A continuación, se muestra una exposición fotográfica que contiene imágenes tomadas por Renata Mello durante una visita realizada en septiembre de 2019. ¡Disfruta!

Este slideshow necessita de JavaScript.

Em foco: Paul Cézanne

Por: Renata Mello

young-italian-woman-at-a-table-1475653_960_720

Foto: Pixabay
PORTUGUÊS
Paul Cézanne foi um importante artista francês que viveu entre 1839 a 1906. Ao longo de sua trajetória produziu quase 1.000 pinturas, entre elas, 200 retratos, que expunham a imagem do próprio pintor, familiares, amigos ou conhecidos. Sua esposa, por exemplo, foi tema de 29 de suas produções. Estas pinturas trazem a tona a melancolia, a tristeza ou as inquietudes dos retratados.
Apesar de Paul possuir trabalhos consistentes e alinhados as novas técnicas de seu tempo, viu suas obras sendo rechaçadas pelos Salões Franceses em inúmeros momentos. Essas decepções o levaram a viver cada vez mais isolado e davam mais força para que ele se voltasse apenas as suas pinturas, pois acreditava que a arte era a expressão mais íntima do que somos.
Essa não aceitação dentro do mercado de arte gerou muitos problemas financeiros ao longo de sua vida. Ele não conseguia obter dinheiro suficiente com seu trabalho de artista. Para sobreviver dependia das mesadas de seu pai, importante banqueiro da época, ou de contribuições de amigos. Essas ajudas foram cessadas, apenas com a morte de seu progenitor, que lhe rendeu uma herança que o apoiou depois nos anos seguintes.
Atualmente é tido como um importante artista pós-impressionista e que serviu de referência chave aos pintores modernos, tendo suas pinturas expostas em conceituados museus do mundo. Um reconhecimento pós-morte que ainda ronda a realidade de muitos vanguardistas.
Para conhecer +: Filme “Cézanne: Retratos de una vida”
ESPANÕL
Paul Cézanne fue un importante artista francés que vivió entre 1839 a 1906. A lo largo de su trayectoria produjo casi 1.000 pinturas, entre ellas, 200 retratos, que exponían la imagen del propio pintor, familiares, amigos o conocidos. Su esposa, por ejemplo, fue tema de 29 de sus producciones. Estas pinturas traen a la luz la melancolía, la tristeza o las inquietudes de los retratados.
A pesar de que Paul poseía trabajos consistentes y alineados las nuevas técnicas de su tiempo, vio sus obras siendo rechazadas por los Salones Franceses en innumerables momentos. Estas decepciones lo llevaron a vivir cada vez más aislado y daban más fuerza para que se volviera sólo sus pinturas, pues creía que el arte era la expresión más íntima de lo que somos.
Esta no aceptación dentro del mercado de arte ha generado muchos problemas financieros a lo largo de su vida. Él no podía obtener suficiente dinero con su trabajo de artista. Para sobrevivir dependía de las mesadas de su padre, importante banquero de la época, o de contribuciones de amigos. Estas ayudas fueron cesadas, sólo con la muerte de su progenitor, que le rindió una herencia que lo apoyó después en los años siguientes.
Actualmente es considerado un importante artista post-impresionista y que sirvió de referencia clave a los pintores modernos, teniendo sus pinturas expuestas en prestigiosos museos del mundo. Un reconocimiento post-muerte que aún ronda la realidad de muchos vanguardistas.
Para conocer +: Película “Cézanne: Retratos de una vida”

Monet: O impressionista

Por: Renata Mello

PORTUGUÊS

gardens-monet-1279053_960_720

Foto: Jardins da casa de Monet em Giverny. Fonte: Pixabay

Palavras como superação, imersão e encantamento natural pudem ser expressadas pelos expectadores após assistirem a obra cinematográfica “Los Nenúfares de Monet – La magia de la luz y el água“. Este trabalho retrata a vida e a obra do pintor frânces, Oscar Claude Monet, que viveu entre 1840 a 1926. 

Esse importante artista se destaca por seu olhar apurado sobre a natureza, onde busca reproduzir suas impressões a partir: dos reflexos na água, dos efeitos do ar, da magia das cores e das mudanças da luz ao longo dos dias e estações. 

Suas pinturas eram feitas ao ar livre, independente do clima e se caracterizavam por pinceladas curtas e rápidas para registrar os cenários efêmeros. Esse tipo de técnica era inovadora para a época e foi praticada também por alguns de seus contemporâneos, os quais foram chamados de “Impressionistas”.

Monet costumava escolher uma paisagem para reproduzi-la muitas vezes, podendo com isso registrar as distintas nuances de cor e luz com o transcorrer das horas e dias. Inicialmente caminhava em busca do local a ser retratado. Porém, depois que se muda para a cidade de Giverny começa a criar seu próprio contexto natural.

O artista, nesta cidade francesa, cultiva um jardim composto por flores de variadas formas, aromas e cores que o servirão de inspiração. No entanto, para ele, o cenário não estava completo sem a presença da água. Por isso, criar um projeto para desviar parte da água do rio Sena para sua propriedade.

Com a inserção desse novo elemento em seu jardim, constrói uma ponte estilo japonês e acrescenta lírios de água ao cenário. Atualmente esse local mágico e estimulante aos sentidos é administrado pela Fondation Claude Monet e está aberto a visitação.

Cabe lembrar, que esse contexto domesticado pelo artista se torna tema de inúmeras de suas obras, culminando em suas últimas produções “Los nenúfares” que seriam seu legado a França pós-guerra, como símbolo de paz e esperança e podem ser conferidas no Musée de l’Orangerie. Um interessante ponto turístico para conhecer! 

Monet – El impresionista

ESPAÑOL

Por: Renata Mello

gardens-monet-1279053_960_720

Foto: Jardins da casa de  Monet em Giverny. Fonte: Pixabay

Las palabras como superación, inmersión y encantamiento natural pueden ser expresadas por los espectadores después de asistir a la obra cinematográfica “Los Nenúfares de Monet – La magia de la luz y el água“. Este trabajo retrata la vida y la obra del pintor fránces, Oscar Claude Monet, que vivió entre 1840 a 1926.

Este importante artista se destaca por su mirada apurada sobre la naturaleza, donde busca reproducir sus impresiones a partir: de los reflejos en el agua, de los efectos del aire, de la magia de los colores y de los cambios de la luz a lo largo de los días y estaciones.

Sus pinturas eran hechas al aire libre, independiente del clima y se caracterizaban por pinceladas cortas y rápidas para registrar los escenarios efímeros. Este tipo de técnica era innovadora para la época y fue practicada también por algunos de sus contemporáneos, los cuales fueron llamados “Impresionistas”.

Monet solía escoger un paisaje para reproducirla muchas veces, pudiendo con ello registrar los distintos matices de color y luz con el transcurrir de las horas y días. Inicialmente caminaba en busca del lugar a ser retratado. Pero después de que se cambia a la ciudad de Giverny comienza a crear su propio contexto natural.

El artista, en esta ciudad francesa, cultiva un jardín compuesto por flores de variadas formas, aromas y colores que le serve de inspiración. Sin embargo, para él, el escenario no estaba completo sin la presencia del agua. Por eso, crear un proyecto para desviar parte del agua del río Sena para su propiedad.

Con la inserción de este nuevo elemento en su jardín, construye un puente estilo japonés y añade lirios de agua al escenario. Actualmente ese lugar mágico y estimulante a los sentidos es administrado por la Fondation Claude Monet y está abierto a la visita.

Es importante recordar que ese contexto domesticado por el artista se convierte en tema de innumerables obras, culminando en sus últimas producciones “Los nenúfares” que serían su legado a Francia posguerra, como símbolo de paz y esperanza y pueden ser conferidas en el Musée de l’Orangerie. Un interesante punto turístico para conocer!

Cultura, identidade e globalização

Por: Renata Mello
PORTUGUÊS
Este texto traz como desafio a reflexão sobre cultura, identidade e suas relações com o momento atual da globalização, onde as fronteiras comerciais e políticas estão mais abertas, permitindo maior intercâmbio entre os diferentes povos e seus costumes.
É importante saber que a palavra CULTURA vem do Latim e significa CULTIVO, sendo associada: a terra; ao desenvolvimento intelectual do indivíduo; as práticas comuns de um determinado grupo de pessoas; bem como a âmbitos religiosos, como o culto a Deus. Este termo abrange três linhas de atuação humana: a técnica (fazer), a prática (trabalhar) e a teoria (saber), segundo conceitos defendidos pela filósofa Remei Agullles Simó.
Através da cultura, o Homo Sapiens pôde criar meios de se adaptar ao meio natural e sobreviver de forma peculiar em relação aos demais animais do planeta. Desta forma, é possível afirmar que a natureza do Ser Humano se caracteriza pela associação de sua PARTE BIOLÓGICA ASSOCIADA AOS SEUS CULTIVOS – CULTURA.
Dependendo das demandas locais, das variáveis climáticas, das ofertas de alimentos, cada grupo de indivíduos foi se adaptando e criando gastronomias próprias, organizações sociais específicas, expressões artísticas singulares que estes julgavam serem as ideais para suas existências.
Somado a isso, o homem criou sistemas de signos através de mitos, linguagem, arte, ciência, religião e história, levando o filósofo alemão, Ernst Cassirer (1874-1945), a classificar o homem como “o animal simbólico”.
Estes códigos são de suma importância no processo de IDENTIDADE e PERTENCIMENTO das pessoas a um grupo ou nação, pois elas comungam de um mesmo idioma, de hábitos alimentares semelhantes, de crenças e expressões artísticas que refletem o seu mundo interior.
Tais códigos culturais são transmitidos através da educação formal e informal, perpetuando ao longo do tempo, as práticas linguísticas, as condutas sociais ou mesmo as festas populares. Esse processo, no entanto, não é estático, podendo se transformar pela adoção de novos valores e interesses ou mesmo com a chegada de imigrantes, que aportam outros costumes.
Um exemplo recente e ainda polêmico na Espanha está relacionado com as práticas de touradas. É curioso conhecer um pouco desta história e saber que os touros[1] eram considerados um símbolo de fertilidade pelos povos antigos do Mediterrâneo. Desta forma, as caçadas ocorriam antes dos matrimônios, quando o noivo matava o animal como pressagio de união próspera.
Ao longo dos séculos essa prática se consolidou na região Ibérica e no ano de 1135, começou a mudar a proposta original. Neste momento, passou a contar com a presença de um nobre toureiro em seu cavalo, alguns assistentes e o touro.  Somente no século XVIII que esta ação cultural se popularizou entre as classes sociais menos abastadas. Tendo como auge, o início do século XX, onde se transforma em paixão e identidade nacional. 
No entanto, no século XXI, os valores de parte dos espanhóis mudaram. Os jovens principalmente começaram a lutar contra os maus tratos destes animais[2], conseguindo extinguir esta prática secular de muitas cidades espanholas ou por vezes coibindo ações agressivas a esses animais. Em Barcelona, por exemplo, a antiga “Plaza de Toros” agora abriga um moderno Shopping, deixando somente a arquitetura exterior como registro de sua antiga atividade cultural.

bulls-2341110_960_720

Fonte da imagem: Pixabay – 2019
No que tange a imigração como forma de transformação cultural cabe também observar o caso de Barcelona. Desde 1992 com os Jogos Olímpicos, esta cidade veio se abrindo mais para os estrangeiros. Hoje é considerada a nona[3] capital cultural Europeia que recebe pessoas de todas as partes do mundo.
Por essa abertura, é possível facilmente encontrar caminhando por suas ruas, restaurantes de comida oriental, italiana, argentina, brasileira que vem somar aos hábitos gastronômicos já existentes. Existe a possibilidade de comer pratos típicos espanhóis cheios de frutos do mar, como a “paella”, mas também é ofertado sushi ou sashimi, próprio dos costumes japoneses.
A troca entre culturas não é uma novidade advinda da GLOBALIZAÇÃO[4]. Ao longo dos séculos, muitas pessoas migraram de seus países de origem devido a problemas climáticos, guerras, escassez de alimentos ou de água, sempre na esperança de melhores condições de vida.
E esse intercâmbio sempre aportou positivamente as culturas que as receberam, no entanto, o que se questiona atualmente é a intensidade da troca. O intercâmbio cultural não ocorre somente com a chegada dos imigrantes, mas também pelos meios de comunicação massivos, bem como pela entrada de importantes empresas transnacionais, que empregam seus produtos e costumes principalmente em países menos desenvolvidos do mundo ocidental. 
Os interesses políticos e econômicos estão a frente deste processo atual. No final do século XX e início do século XXI surge uma nova forma de dominação cultural, aquela que se instala lentamente através dos bens de consumo e das mídias, influenciando as dinâmicas culturais locais sem precedentes. Quais serão os impactos dessa influência econômica global sobre as culturas locais? A humanidade perderá suas singularidades em detrimento dos interesses financeiros de algumas nações? Fica algumas perguntas para reflexão.
É válido lembrar que essas diferenças de hábitos, costumes e crenças são patrimônio da humanidade e compõe a multiplicidade cultural. Cada nação se caracteriza por suas singularidades, contendo soluções distintas que podem ser percebidas ao transitar pelos diversos territórios do Planeta. Desta forma, caberá pesquisas acadêmicas e reflexões mais profundas sobre a globalização e suas influencias dentro das culturas locais, na ânsia por soluções que visem uma troca equilibrada e saudável entre as nações.
[1] Fonte: https://super.abril.com.br/saude/como-surgiu-a-tourada/. Acesso em 29/12/2018.
[2] Fonte: Lei na Espanha restringe violência nas touradas –  https://oglobo.globo.com/sociedade/lei-na-espanha-restringe-violencia-nas-touradas-21644468 . Acesso em 29/12/2018.
[3] Fonte: https://www.elperiodico.com/es/barcelona/20180402/clasificacion-capitales-culturales-europa-barcelona-madrid-6730105. Acesso em 29/12/2018.
[4] A Globalização é um termo elaborado na década de 1980 para descrever o processo de intensificação da integração econômica e política internacional, marcado pelo avanço nos sistemas de transporte e de comunicação. Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/geografia/o-que-e-globalizacao.htm. Acesso em 29/12/2018.

 

Cultura, identidad y globalización

ESPAÑOL
Por: Renata Mello
Este texto trae como desafío la reflexión sobre cultura, identidad y sus relaciones con el momento actual de la globalización, donde las fronteras comerciales y políticas están más abiertas, permitiendo un mayor intercambio entre los diferentes pueblos y sus costumbres.
Es importante saber que la palabra CULTURA viene del Latín y significa CULTIVO, siendo asociada: la tierra; al desarrollo intelectual del individuo; las prácticas comunes de un determinado grupo de personas; así como a ámbitos religiosos, como el culto a Dios. Este término abarca tres líneas de actuación humana: la técnica (hacer), la práctica (trabajar) y la teoría (saber), según conceptos defendidos por la filósofa Remei Agullles Simó.
A través de la cultura, el Homo Sapiens pudo crear medios de adaptarse al medio natural y sobrevivir de forma peculiar en relación a los demás animales del planeta. De esta forma, es posible afirmar que la naturaleza del Ser Humano se caracteriza por la asociación de su PARTE BIOLÓGICA ASOCIADA A SUS CULTIVOS – CULTURA.
Dependiendo de las demandas locales, de las variables climáticas, de las ofertas de alimentos, cada grupo de individuos se fue adaptando y creando gastronomías propias, organizaciones sociales específicas, expresiones artísticas singulares que éstos creían que eran las ideales para sus existencias.
Además, el hombre creó sistemas de signos a través de mitos, lenguaje, arte, ciencia, religión e historia, llevando al filósofo alemán, Ernst Cassirer (1874-1945), a clasificar al hombre como “el animal simbólico”.
Estos códigos son de suma importancia en el proceso de IDENTIDAD y PERTENIMIENTO de las personas a un grupo o nación, pues ellas comunican de un mismo idioma, de hábitos alimentarios semejantes, de creencias y expresiones artísticas que reflejan su mundo interior.
Tales códigos culturales se transmiten a través de la educación formal e informal, perpetuando a lo largo del tiempo, las prácticas lingüísticas, las conductas sociales o incluso las fiestas populares. Este proceso, sin embargo, no es estático, pudiendo transformarse por la adopción de nuevos valores e intereses o incluso con la llegada de inmigrantes, que aporta otros costumbres.
Un ejemplo reciente y aún polémico en España está relacionado con las prácticas de corridas de toros. Es curioso conocer un poco de esta historia y saber que los toros[1] eran considerados un símbolo de fertilidad por los pueblos antiguos del Mediterráneo. De esta forma, las cacerías ocurrían antes de los matrimonios, cuando el novio mataba al animal como presagio de unión próspera.
A lo largo de los siglos esa práctica se consolidó en la región Ibérica y en el año 1135, comenzó a cambiar la propuesta original. En este momento, pasó a contar con la presencia de un noble torero en su caballo, algunos asistentes y el toro. Sólo en el siglo XVIII que esta acción cultural se popularizó entre las clases sociales menos favorecidas. Teniendo como auge, el inicio del siglo XX, donde se transforma en pasión e identidad nacional. 
Sin embargo, en el siglo XXI, los valores de parte de los españoles cambiaron. Los jóvenes principalmente comenzaron a luchar contra los malos tratos de estos animales[2], logrando extinguir esta práctica secular de muchas ciudades españolas o a veces cohibiendo acciones agresivas a esos animales. En Barcelona, ​​por ejemplo, la antigua “Plaza de Toros” ahora alberga un moderno Shopping, dejando sólo la arquitectura exterior como registro de su antigua actividad cultural.
bulls-2341110_960_720
Fonte da imagem: Pixabay – 2019
En lo que se refiere a la inmigración como forma de transformación cultural cabe también observar el caso de Barcelona. Desde 1992 con los Juegos Olímpicos, esta ciudad vino abriéndose más para los extranjeros. Hoy se considera la novena[3] capital cultural europea que recibe a personas de todas partes del mundo.
Por esa apertura, es posible fácilmente encontrar caminando por sus calles, restaurantes de comida oriental, italiana, argentina, brasileña que viene a sumar a los hábitos gastronómicos ya existentes. Hay una posibilidad de comer platos típicos españoles llenos de mariscos, como la “paella”, pero también se ofrece sushi o sashimi, propio de las costumbres japoneses.
El intercambio entre culturas no es una novedad proveniente de la GLOBALIZACIÓN[4]. A lo largo de los siglos, muchas personas han migrado de sus países de origen debido a problemas climáticos, guerras, escasez de alimentos o de agua, siempre en la esperanza de mejores condiciones de vida.
Y ese intercambio siempre aportó positivamente las culturas que las recibieron, sin embargo, lo que se cuestiona actualmente es la intensidad del intercambio. El intercambio cultural no ocurre sólo con la llegada de los inmigrantes, sino también por los medios de comunicación masivos, así como por la entrada de importantes empresas transnacionales, que emplean sus productos y costumbres principalmente en países menos desarrollados del mundo occidental.
Los intereses políticos y económicos están al frente de este proceso actual. A finales del siglo XX e inicio del siglo XXI surge una nueva forma de dominación cultural, aquella que se instala lentamente a través de los bienes de consumo y de los medios, influenciando las dinámicas culturales locales sin precedentes. ¿Cuáles serán los impactos de esa influencia económica global sobre las culturas locales? ¿La humanidad perderá sus singularidades en detrimento de los intereses financieros de algunas naciones? Hay algunas preguntas para la reflexión.
Es válido recordar que esas diferencias de hábitos, costumbres y creencias son patrimonio de la humanidad y compone la multiplicidad cultural. Cada nación se caracteriza por sus singularidades, conteniendo soluciones distintas que pueden ser percibidas al transitar por los diversos territorios del planeta.  
De esta forma, cabrá investigaciones académicas y reflexiones más profundas sobre la globalización y sus influencias dentro de las culturas locales, en el afán por soluciones que tengan un intercambio equilibrado y saludable entre las naciones.
[1] Fuente: https://super.abril.com.br/saude/como-surgiu-a-tourada/. Visitado en 29/12/2018.
[2] Fuente: Lei na Espanha restringe violência nas touradas –  https://oglobo.globo.com/sociedade/lei-na-espanha-restringe-violencia-nas-touradas-21644468 . Visitado en 29/12/2018.
[3] Fuente: https://www.elperiodico.com/es/barcelona/20180402/clasificacion-capitales-culturales-europa-barcelona-madrid-6730105 . Visitado en 29/12/2018.
[4]“La Globalización es un término elaborado en la década de 1980 para describir el proceso de intensificación de la integración económica y política internacional, marcado por el avance en los sistemas de transporte y de comunicación”. Traducción nuestra [4] A Globalização é um termo elaborado na década de 1980 para descrever o processo de intensificação da integração econômica e política internacional, marcado pelo avanço nos sistemas de transporte e de comunicação. Fuente: https://brasicascola.uol.com.br/o-que-y/geografía/o-que-e-globalizacion.htm . Visitado en 29/12/2018.

Stanley Kubrick: Uma visão crítica da sociedade

Por: Renata Mello
PORTUGUÊS
Stanley Kubrick foi um importante cineasta do século XX, criando filmes inusitados que refletem comportamentos, avanços e debilidades das sociedades, atuando como um espelho sobre a realidade. Através de sua arte, Kubrick expõe muitas vezes situações limites para instigar a reflexão e a discussão sobre as condutas sociais, políticas e culturais, recebendo constantemente críticas sobre seu trabalho.
Por possuir grande influência nas gerações que o sucedem e pela relevância de suas produções, o Centro de Cultura Contemporânea de Barcelona (CCCB), apresenta a exposição “Stanley Kubrick 1928 – 1999”. Essa mostra retrata o início de sua trajetória como fotógrafo da revista Look, depois as primeiras iniciativas cinematográficas com recursos próprios, até suas grandes produções, já com o reconhecimento de seu talento dentro de seu campo de atuação.
Ao percorrer esta exposição é possível encontrar objetos de filmagem, como as claquetes de cinema, a cadeira do diretor, bem como figurinos, cronograma de rodagem, orçamentos, ‘story boards’, maquetes, entre outros elementos. Esses recursos expositivos permitem ao visitante viajar no universo criativo e diverso de Kubrick.

                 2  1   

Foto 1 e 2: Acessórios do filme “2001: Uma Odisseia no Espaço”(1968)
3  4
Foto 3 e 4: Acessórios do filme “De olhos bem fechados” (1999)
Kubrick ao longo de sua carreia não se ateve apenas a um gênero cinematográfico. Sua liberdade criativa o levou a produzir filmes de época, de ficção científica, terror, entre outros. Apesar da diversificação dos gêneros, o denominador comum de seu trabalho sempre foi trazer uma mensagem ao expectador que o fizesse indagar sobre o ser humano e suas relações com as estruturas: científico-tecnológicas, sociais, políticas ou culturais. Suas obras mais conhecidas passam por: “2001: Uma Odisseia no Espaço” (1968); “Laranja Mecânica” (1971); “Barry Lyndon” (1975), “O Iluminado” (1980) e “De olhos bem fechados” (1999).
Dentre os trabalhos mencionados, cabe observar que já se passaram 50 anos do lançamento do filme “2001: Uma Odisseia no Espaço” –  trabalho de ficção científica proposto por Kubrick. Apesar do tempo transcorrido a narração e as indagações propostas ainda são muito pertinentes.
Esse trabalho retrata inicialmente um pequeno grupo macacos lutando por sobrevivência em seu habitat natural. Dentro deste contexto, surge um segundo grupo de primatas que lutam para conquistar o território dos primeiros, através de gritos e postura de força.
Com o passar do tempo, através da observação e experimentação, o segundo grupo descobre uma nova forma para dominar o território do outro grupo. Agora, através da FERRAMENTA, artefatos originários de ossos de animais, passam a exercer a função de arma e INSTRUMENTO de poder. Surge uma nova maneira de dominar.
Após esta etapa, Kubrick leva o espectador do passado primata ao futuro do homem nas galáxias. Neste momento, o ser humano possui novos CONHECIMENTOS e novas FERRAMENTAS, agora o território almejado vai muito além do planeta Terra.
Neste momento, nota-se muitas ações sigilosas por parte dos pesquisadores aeroespaciais, pois se fazia necessário conhecer mais e filtrar as informações que seriam divulgadas aos demais. O conhecimento segue como uma forma de DOMÍNIO.
Em um terceiro momento, o diretor convida a reflexão entre os LIMITES na relação HOMEM-MÁQUINA. Durante uma missão a Júpiter, os astronautas confiam a condução da nave espacial, ao programa de computador Hall 9000. Durante a viagem o sistema detecta um possível problema em um dos equipamentos da Nave, forçando um dos astronautas a sair na área externa para efetuar o reparo.
Ao avaliarem a peça teoricamente problemática, os astronautas não identificam nenhum defeito e começam a questionar se o sistema de computador era mesmo 100% confiável.  A partir daí, traça-se uma batalha de sobrevivência entre o líder astronauta e o programa de computador. Ao final, o astronauta consegue desativar o programa e volta a realizar sua viagem em segurança.
Essa reflexão da terceira parte é muito contemporânea. Hoje mais do que nunca, as pessoas estão convivendo com as máquinas no seu dia a dia e as projeções futuras indicam um grande crescimento neste sentido. ATÉ QUE PONTO É POSSÍVEL UTILIZÁ-LAS CEGAMENTE? QUAL O LIMITE CONFIÁVEL ENTRE O HOMEM E A MÁQUINA?
São perguntas que ficam no ar e que são muito pertinentes para a sociedade do século XXI. Em 2017, por exemplo, o país da Arábia Saudita concedeu cidadania, a Sophia – um robô comandado por Inteligência Artificial, que possui mais direitos que as mulheres sauditas. Ela pode circular sem a presença de um homem e não precisa andar coberta. COMO SERÁ O FUTURO ENTRE OS ROBÔS “INTELIGENTES” E OS SERES HUMANOS? Esse assunto gera muita polêmica e ainda caberá ser enfrentado na busca por novas condutas políticas, sociais e econômicas.
Retomando ao filme em análise, Kubrick conduz o espectador a um momento final, em que o HOMEM agora só, confronta com sua FINITUDE. Apresentando as limitações do corpo até a libertação de sua alma e simultânea comunhão com o universo. Quer mostrar que o SER HUMANO TRANSCENDE A MATÉRIA e isso não deve ser perdido de vista. Sem dúvida, um filme profundo, atual e que convida a refletir sobre as práticas de conduta.
Além de “2001: Uma Odisséia no Espaço” é válido observar também como exemplo de produção cinematográfica de Kubrick, o filme “De olhos bem fechados” (Eyes Wide Shut) de 1999.  Neste último trabalho de sua vida, o diretor foca nos gêneros de drama e suspense com Nicole Kidman e Tom Cruise em uma história que envolve questionamentos sobre o INSTINTO SEXUAL, seus LIMITES MORAIS e formas de DOMINAÇÃO SOCIAL.
Os personagens principais desta trama são um médico renomado chamado Bill e sua esposa Alice. O doutor possuí um importante título universitário, muito dinheiro e uma bela esposa, SÍMBOLOS de seu PRESTÍGIO. A trama começa quando Alice quebra a segurança do marido ao dizer que já pensou em traí-lo com um desconhecido da marinha e se demostra pouco interessada em se relacionar com seu marido. A partir disso, Bill fica descompensado buscando resgatar sua fortaleza sexual, aceitando flertar com mulheres bonitas e atraentes, no entanto, não passa deste ponto.
Ao longo da trama, Kubrick utiliza a simbologia do arco-íris como sendo o trajeto necessário a Bill para encontrar seu “pote de ouro”.  E nesta busca, entra em uma sociedade secreta da alta sociedade, onde existem pessoas mascaradas que praticam orgias e onde as REGRAS SOCIAIS são deixadas de lado. Justamente pelo anonimato obtido pelas máscaras, algumas condutas sociais consideradas “adequadas” são deixadas de lado, prevalecendo puramente o instinto.
Entre tantas ofertas para trair sua esposa, acaba sendo sempre desviado da tentação e descobre ao voltar para o seu lar, a essência do amor e a importância da base familiar que construiu. O filme retrata o mundo de aparências sociais, onde faz-se necessário o uso de “máscaras” para que haja aceitação em determinadas camadas da sociedade.
Kubrick propõe um confronto entre o INDIVÍDUO E SEU COLETIVO, a LIBERDADE VERSOS AS CONVENÇÕES, o DOMINADOR VERSOS O DOMINADO. Novamente há um convite para o expectador refletir e ser crítico sobre seu papel dentro de seu contexto social.
A partir dos estudos feitos sobre Kubrick é possível dizer que ele adota como premissa a CULTURA COMO FORMA DO HOMEM REFLETIR SOBRE SI MESMO, ATRAVÉS DE QUESTÕES MULTIDIMENSIONAIS LIGADAS A VIDA COTIDIANA, A MORAL, AOS CONHECIMENTOS, A CIÊNCIA, A SEXUALIDADE, AO PERTENCIMENTO, ABARCANDO SABERES MUITO DIFERENTES.
Kubrick se destaca no século XX, por ser um profissional autodidata, que a partir de seu olhar treinado e seu senso crítico, conseguiu LER O SEU TEMPO e SEU CONTEXTO CULTURAL, SOCIAL, POLÍTICO E ECONÔMICO, ligados a sociedade ocidental contemporânea após as grandes Guerras Mundiais e Guerra Fria.
Ele buscou sempre utilizar os novos recursos tecnológicos e de diferentes linguagens para expressar de forma criativa e livre a sua leitura da sociedade, refletindo como um espelho as práticas humanas adotadas. Enfim, KUBRICK INCITA SEMPRE O QUESTIONAMENTO CRÍTICO E UMA AÇÃO MAIS CONSCIENTE DAS PESSOAS DENTRO DE SUAS SOCIEDADES.

Stanley Kubrick: Una visión crítica de la sociedad

ESPAÑOL
Por: Renata Mello
Stanley Kubrick fue un importante cineasta del siglo XX, creando películas inusitadas que reflejan comportamientos, avances y debilidades de las sociedades, actuando como un espejo sobre la realidad. A través de su arte, Kubrick expone muchas veces situaciones límite para instigar la reflexión y la discusión sobre las conductas sociales, políticas y culturales, recibiendo constantemente críticas sobre su trabajo.
Por su gran influencia en las generaciones que lo suceden y por la relevancia de sus producciones, el Centro de Cultura Contemporánea de Barcelona (CCCB), presenta la exposición “Stanley Kubrick 1928 – 1999“. Esta muestra retrata el inicio de su trayectoria como fotógrafo de la revista Look, luego las primeras iniciativas cinematográficas con recursos propios, hasta sus grandes producciones, ya con el reconocimiento de su talento dentro de su campo de actuación.
Al recorrer esta exposición es posible encontrar objetos de filmación, como las claquetas de cine, la silla del director, así como figurines, cronograma de rodaje, presupuestos, ‘story boards’, maquetas, entre otros elementos. Estos recursos expositivos permiten al visitante viajar en el universo creativo y diverso de Kubrick.

                 2  1

Foto 1 y 2: Accesorios de la película “2001: Una Odisea en el espacio” (1968)
3  4
Foto 3 y 4: Accesorios de la película “De ojos bien cerrados” (1999)
Kubrick a lo largo de su carrera no se ha a sólo un género cinematográfico. Su libertad creativa lo llevó a producir películas de época, de ciencia ficción, terror, entre otros. A pesar de la diversificación de los géneros, el denominador común de su trabajo siempre fue traer un mensaje al espectador que lo hiciera indagar sobre el ser humano y sus relaciones con las estructuras: científico-tecnológicas, sociales, políticas o culturales. Sus obras más conocidas pasan por: “2001: una Odisea en el espacio” (1968); “Naranja Mecánica” (1971); “Barry Lyndon” (1975), “El Iluminado” (1980) y “De ojos bien cerrados” (1999).
Entre los trabajos mencionados, cabe observar que ya pasaron 50 años del lanzamiento de la película “2001: una Odisea en el espacio” – trabajo de ciencia ficción propuesto por Kubrick. A pesar del tiempo transcurrido la narración y las indagaciones propuestas todavía son muy pertinentes.
Este trabajo retrata inicialmente un pequeño grupo monos luchando por sobrevivencia en su hábitat natural. Dentro de este contexto, surge un segundo grupo de primates que luchan para conquistar el territorio de los primeros, a través de gritos y postura de fuerza.
Con el paso del tiempo, a través de la observación y experimentación, el segundo grupo descubre una nueva forma para dominar el territorio del otro grupo. Ahora, a través de la HERRAMIENTA, artefactos originarios de huesos de animales, pasan a ejercer la función de arma e INSTRUMENTO de poder. Surge una nueva manera de dominar.
Después de esta etapa, Kubrick lleva al espectador del pasado primates al futuro del hombre en las galaxias. En este momento, el ser humano posee nuevos CONOCIMIENTOS y nuevas HERRAMIENTAS, ahora el territorio anhelado va mucho más allá del planeta Tierra.
En este momento, se nota muchas acciones sigilosas por parte de los investigadores aeroespaciales, pues se hacía necesario conocer más y filtrar las informaciones que serían divulgadas a los demás. El conocimiento sigue como una forma de DOMINIO.
En un tercer momento, el director invita a la reflexión entre los LÍMITES en la relación HOMBRE-MÁQUINA. Durante una misión a Júpiter, los astronautas confían la conducción de la nave espacial, al programa de ordenador Hall 9000. Durante el viaje el sistema detecta un posible problema en uno de los equipos de la Nave, forzando a uno de los astronautas a salir en el área externa para efectuar la reparación.
Al evaluar la pieza teóricamente problemática, los astronautas no identifican ningún defecto y empiezan a cuestionar si el sistema informático era incluso 100% confiable. A partir de ahí, se traza una batalla de supervivencia entre el líder astronauta y el programa de ordenador. Al final, el astronauta consigue desactivar el programa y vuelve a realizar su viaje en seguridad.
Esta reflexión de la tercera parte es muy contemporánea. Hoy más que nunca, la gente está conviviendo con las máquinas en su día a día y las proyecciones futuras indican un gran crecimiento en este sentido. ¿HASTA QUE PUEDE UTILIZAR LAS CEGAMENTE? ¿QUÉ EL LÍMITE CONFIABLE ENTRE EL HOMBRE Y LA MÁQUINA?
Son preguntas que quedan en el aire y que son muy pertinentes para la sociedad del siglo XXI. En 2017, por ejemplo, el país de Arabia Saudita concedió ciudadanía, Sophia – un robot comandado por Inteligencia Artificial, que tiene más derechos que las mujeres sauditas. Ella puede circular sin la presencia de un hombre y no necesita andar cubierta. ¿CÓMO SERÁ EL FUTURO ENTRE LOS ROBOS “INTELIGENTES” Y LOS SERES HUMANOS? Este tema genera mucha polémica y todavía cabe afrontar en la búsqueda de nuevas conductas políticas, sociales y económicas.
Retomando a la película en análisis, Kubrick conduce al espectador a un momento final, en el que el HOMBRE ahora sólo, confronta con su FINITUD. Presentando las limitaciones del cuerpo hasta la liberación de su alma y simultánea comunión con el universo. Quiere mostrar que el SER HUMANO TRANSCENDE LA MATERIA y eso no debe perderse de vista. Sin duda, una película profunda, actual y que invita a reflexionar sobre las prácticas de conducta.
Además del “2001: Una Odisea en el espacio” es válido observar también como ejemplo de producción cinematográfica de Kubrick, la película “De ojos bien cerrados” (Eyes Wide Shut) de 1999.En el último trabajo de su vida, el director se enfoca en los géneros, en el que se habla de la película “De ojos cerrados” de drama y suspenso con Nicole Kidman y Tom Cruise en una historia que involucra cuestionamientos sobre el INSTINTO SEXUAL, sus LÍMITES MORAIS y formas de DOMINACIÓN SOCIAL.
Los personajes principales de esta trama son un médico renombrado llamado Bill y su esposa Alice. El doctor posee un importante título universitario, mucho dinero y una bella esposa, SÍMBOLOS de su PRESTÍGIO. La trama comienza cuando Alice rompe la seguridad del marido al decir que ya pensó en traicionarlo con un desconocido de la marina y se muestra poco interesada en relacionarse con su marido. A partir de eso, Bill queda descompensado buscando rescatar su fortaleza sexual, aceptando coquetear con mujeres bonitas y atractivas, sin embargo, no pasa de este punto.
A lo largo de la trama, Kubrick utiliza la simbología del arco iris como el trazado necesario a Bill para encontrar su “bote de oro”. Y en esta búsqueda, entra en una sociedad secreta de la alta sociedad, donde hay personas enmascaradas que practican orgías y donde las REGLAS SOCIALES son dejadas de lado. Justamente por el anonimato obtenido por las máscaras, algunas conductas sociales consideradas “adecuadas” son dejadas de lado, prevaleciendo puramente el instinto.
Entre tantas ofertas para traicionar a su esposa, acaba siendo siempre desviado de la tentación y descubre al volver a su hogar, la esencia del amor y la importancia de la base familiar que construyó. La película retrata el mundo de apariencias sociales, donde se hace necesario el uso de “máscaras” para que haya aceptación en determinadas capas de la sociedad.
Kubrick propone una confrontación entre el INDIVIDUO Y SU COLECTIVO, la LIBERTAD VERSOS DE LAS CONVENCIONES, el DOMINADOR VERSOS EL DOMINADO. Nuevamente hay una invitación para el espectador reflexionar y ser crítico sobre su papel dentro de su contexto social.
A partir de los estudios hechos sobre Kubrick es posible decir que él adopta como premisa la CULTURA COMO FORMA DEL HOMBRE REFLEJAR SOBRE SI MISMO, A TRAVÉS DE CUESTIONES MULTIDIMENSIONALES LIGADAS A VIDA COTIDIANA, LA MORAL, A LOS CONOCIMIENTOS, LA CIENCIA, LA SEXUALIDAD, EL PERTENIMIENTO, ABARCANDO SABERES MUY DIFERENTES.
Kubrick se destaca en el siglo XX, por ser un profesional autodidacta, que a partir de su mirada entrenada y su sentido crítico, logró LEER SU TIEMPO y SU CONTEXTO CULTURAL, SOCIAL, POLÍTICO Y ECONÓMICO, ligados a la sociedad occidental contemporánea tras las grandes Guerras Mundiales y Guerra Fría.
Él buscó siempre utilizar los nuevos recursos tecnológicos y de diferentes lenguajes para expresar de forma creativa y libre su lectura de la sociedad, reflejando como un espejo las prácticas humanas adoptadas. En fin, KUBRICK INCITA SIEMPRE EL CUESTIONAMIENTO CRÍTICO Y UNA ACCIÓN MÁS CONSCIENTE DE LAS PERSONAS DENTRO DE SUS SOCIEDAD.