BlindWiki Brasil: Criação de Cartografia Sonora Colaborativa

Por: Renata Mello

Equipe da BlindWiki Brasil junto com os voluntários durante visita a Casa Modernista em São Paulo

PORTUGUÊS

A primeira edição do projeto BlindWiki Brasil ocorreu durante todo o mês de agosto nas cidades de São Paulo e Sorocaba, com recursos do PROAC – Programa de Ação Cultural São Paulo, tendo como lançamento oficial do projeto o dia 3 e encerramento no dia 26 na Unibes Cultural.

Durante 23 dias ocorreram 9 rotas culturais com o objetivo de convidar os participantes a desacelerarem do ritmo frenético de suas próprias cidades e passarem a sentir os espaços urbanos sob outros prismas. Os quase 100 voluntários puderam notar variados odores das ruas, apreender distintos ambientes sonoros, tecer novas histórias sobre territórios já conhecidos como a Avenida Paulista ou ainda pouco explorados como a primeira Casa Modernista do Brasil.

Os registros destas descobertas foram feitos através de áudios enviados diretamente no aplicativo gratuito BlindWiki, disponível para Android e IOS. Os resultados surpreendem pela diversidade de comentários tanto por pessoas com deficiência visual como videntes. É possível ouvir cada relato associado ao exato local da gravação, graças a um sistema de geolocalização.

Como resultado, gerou-se uma cartografia sonora colaborativa, na qual cada pessoa cadastrada no aplicativo, teve a liberdade de expressar seus pensamentos, impressões, dicas culturais e até reivindicar questões de acessibilidade, revelando informações do que não é visível na sociedade.

Mas afinal, o que é o projeto BlindWiki?

O projeto BlindWiki é uma obra de arte interativa e colaborativa criada pelo espanhol Antoni Abad, que coloca as pessoas com deficiência visual como protagonistas do processo de criação de cartografias sonoras colaborativas, mas não se restringe só a esse grupo. O importante é criar uma comunidade entre os participantes, que juntos gerem registros sonoros únicos que beneficiam todos os envolvidos.

Antoni já levou essa proposta artística para a Itália, Polônia, Austrália, Alemanha e agora o Brasil. O objetivo é deixar essa semente de construção coletiva em cada local por onde passa, na esperança de que esse exercício diário de registrar as percepções pessoais não cesse.

A permanência do projeto em cada país, depende da continuidade de cada voluntário. Antoni afirma que quanto mais gravações os colaboradores fizerem, mais agregador o aplicativo se torna. Espera-se que os brasileiros tomem gosto por registrar suas vivências e sigam postando suas contribuições na comunidade BlindWiki.

Para acompanhar as novidades do projeto é só acessar o site www.blind.wiki e seguir o @blindwikibr no Instagram.

Ficha técnica do projeto BlindWiki no Brasil – 1◦ edição

Artista: Antoni Abad

Curadoria: Bruna Battistini

Produção: Silvia Stecca

Comunicação: Moreno Mota

Redes sociais: Raffaella Braga

Assessoria de imprensa: Larissa Gallep

Coordenadores: Renata Lima de Mello e Audmara Veronese                            

Coordenador Rota Paulista: José Vicente de Paula

Coordenadora Rota Paulista: Margarete Jardim

Coordenador Rota Centro: Sidney Tobias

Assessoria Acessibilidade: Tuca Munhoz

Coordenador Técnico: Marta Lima Dias

Realização: Madrid Assessoria e Comunicação LTDA

Para saber mais do projeto:

Vídeo de Lançamento do Projeto no Brasil – https://youtu.be/O8uB-vGDS8s

Matéria da TVT – https://youtu.be/ywpr39Q56Qg

Folha de São Paulo – BlindWiki: App ajuda pessoas cegas a trocar impressões – 22/08/2022 – Cotidiano – Folha – https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2022/08/pessoas-com-deficiencia-visual-usam-aplicativo-para-fazer-mapa-sensorial-de-lugares-e-obras.shtml

Blog do Fotógrafo Teco Barbero – https://tecobarbero.blogspot.com/2022/08/teco-barbero-cobre-projeto-blind-wiki.html

Podcast Cegaiada 28: Blind Wiki Brasil – Entrevista com Renata Mello e Lilia Silva – https://youtu.be/MzWW_fX_RFI

Instagram da Renata Mello com imagens do projeto – @renatamello.blog

BlindWiki Brasil: Creación de Cartografía Sonora Colaborativa

Por: Renata Mello

ESPAÑOL

La primera edición del proyecto BlindWiki Brasil se realizó durante todo el mes de agosto en las ciudades de São Paulo y Sorocaba, con recursos del PROAC – Programa de Acción Cultural de São Paulo, con lanzamiento oficial del proyecto el día 3 y cierre el día 26 en Unibes Cultural.

Durante 23 días se llevaron a cabo 9 rutas culturales con el objetivo de invitar a los participantes a desacelerar el ritmo frenético de sus propias ciudades y empezar a sentir los espacios urbanos bajo diferentes prismas. Los cerca de 100 voluntarios pudieron percibir diferentes olores callejeros, apropriarse de diversos ambientes sonoros, hilvanar nuevas historias sobre territorios ya conocidos como la Avenida Paulista o aún poco explorados como la primera Casa Modernista de Brasil.

Los registros de estos hallazgos se realizaron a través de audios enviados directamente a la aplicación gratuita BlindWiki, disponible para Android e IOS. Los resultados sorprenden por la diversidad de comentarios tanto de personas con discapacidad visual como videntes. Es posible escuchar cada informe asociado a la ubicación exacta de la grabación, gracias a un sistema de geolocalización.

Como resultado se generó una cartografía sonora colaborativa, en la que cada persona registrada en la aplicación tuvo la libertad de expresar sus pensamientos, impresiones, tips culturales e incluso denunciar problemas de accesibilidad, revelando información que no es visible en la sociedad.

Pero, ¿qué es el proyecto BlindWiki?

El proyecto BlindWiki es una obra de arte interactiva y colaborativa creada por el artista español Antoni Abad, que sitúa a las personas con discapacidad visual como protagonistas en el proceso de creación de cartografías sonoras colaborativas, pero no se limita a este colectivo. Lo importante es crear una comunidad entre los participantes, quienes juntos generan grabaciones sonoras únicas que benefician a todos los involucrados.

Antoni ya ha llevado esta propuesta artística a Italia, Polonia, Australia, Alemania y ahora a Brasil. El objetivo es dejar esta semilla de construcción colectiva en cada lugar por donde pasa, con la esperanza de que este ejercicio diario de registro de percepciones personales no cese.

La permanencia del proyecto en cada país depende de la continuidad de cada voluntario. Antoni dice que cuantas más grabaciones hagan los colaboradores, más agregadora se vuelve la aplicación. Se espera que los brasileños disfruten registrando sus experiencias y continúen publicando sus contribuciones a la comunidad BlindWiki.

Para seguir las novedades del proyecto, basta con acceder al sitio web www.blind.wiki y seguir a @blindwikibr en Instagram.

Ficha técnica del proyecto BlindWiki en Brasil – 1ª edición

Artista: Antonio Abad

Curadora: Bruna Battistini

Productor: Silvia Stecca

Comunicación: Moreno Mota

Redes sociales: Raffaella Braga

Oficina de prensa: Larissa Gallep

Coordinadoras: Renata Lima de Mello y Audmara Veronese

Coordinador Ruta Paulista: José Vicente de Paula

Coordinadora Ruta Paulista: Margarete Jardim

Coordinador de la ruta del centro: Sidney Tobias

Asesor de accesibilidad: Tuca Munhoz

Coordinadora Técnica: Marta Lima Dias

Organiza: Madrid Assessoria e Comunicação LTDA

Para saber más sobre el proyecto:

Video de lanzamiento del proyecto en Brasil – https://youtu.be/O8uB-vGDS8s

Artículo TVT – https://youtu.be/ywpr39Q56Qg

Folha de São Paulo – BlindWiki: App ayuda a ciegos a intercambiar impresiones – 22/08/2022 – La vida cotidiana – Folha – https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2022/08/pessoas-com- deficiencia -aplicacion-de-uso-visual-para-hacer-mapa-sensorial-de-lugares-y-obras.shtml

Fotógrafo Teco Barbero Blog – https://tecobarbero.blogspot.com/2022/08/teco-barbero-cobre-projeto-blind-wiki.html

Podcast Cegaiada 28: Blind Wiki Brasil – Entrevista con Renata Mello e Lilia Silva – https://youtu.be/MzWW_fX_RFI

Instagram de Renata Mello con imágenes del proyecto – @renatamello.blog

Publicidade

Live: Arquitetura na 3ª Idade

Por: Renata Mello

IMG-20200514-WA0010

PORTUGUÊS

A arquiteta Renata Mello será entrevistada por Rafael Fujii nesta próxima quarta-feira durante uma LIVE no Instagram. Durante este bate-papo técnico contará como iniciou seus trabalhos neste segmento, mencionará sobre quais áreas foram estudadas para sua especialização no tema e abordará principalmente sobre os parâmetros técnicos a serem contemplados nos projetos de arquitetura de interiores destinados ao público idoso.

Dia: 20/05
Horário do Brasil: 13:30hs
Horário da Espanha: 18:30hs
Idioma: Português
LIVE no Instagram: @estudiomodernaarq

Breve currículo

A paulistana Renata Mello é gestora cultural, professora universitária e arquiteta especializada em cores e acessibilidade, com 19 anos de experiência profissional. Formada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie em 2002, recebeu anos depois o título de Mestre em Arquitetura e Urbanismo pela mesma Instituição. Nos anos de 2018 a 2020 residiu em Barcelona para realizar seu segundo mestrado em Gestão Cultural pela Universitat Internacional de Catalunya.
Atualmente regressou a sua cidade natal para ministrar cursos e palestras sobre os campos da arte, arquitetura e administração. Em paralelo, escreve também sobre as novas tendências destes mercados no seu blog pessoal.

Blog: www.renatamello.blog
Instagram: @renatamello.blog

Live: Arquitectura para personas mayores

ESPAÑOL

La arquitecta Renata Mello será entrevistada por Rafael Fujii este próximo miércoles durante un EN VIVO en Instagram. Durante esta charla técnica, contará cómo comenzó su trabajo en este segmento, mencionará qué áreas se estudiaron para su especialización en el tema y abordará principalmente los parámetros técnicos que se contemplarán en los proyectos de arquitectura de interiores para personas mayores.

Día: 20 de mayo
Hora de Brasil: 13:30hs
Hora española: 6:30 pm
Idioma portugués
EN VIVO en Instagram: @estudiomodernaarq

Breve currículum

Renata Mello de São Paulo es una gestora cultural, profesora universitaria y arquitecta especializada en colores y accesibilidad, con 19 años de experiencia profesional. Graduada en Arquitectura y Urbanismo por la Universidade Presbiteriana Mackenzie en 2002, recibió años más tarde el título de Master en Arquitectura y Urbanismo por la misma institución. En los años 2018 a 2020 residió en Barcelona para cursar su segundo máster en Gestión Cultural de la Universitat Internacional de Catalunya.
Actualmente, ha regresado a su ciudad natal para impartir cursos y conferencias sobre los campos del arte, la arquitectura y la administración. Paralelamente, también escribe sobre nuevas tendencias en estos mercados en su blog personal.

Blog: www.renatamello.blog
Instagram: @ renatamello.blog

Gestão Urbana e Sustentabilidade

Por: Renata Mello

“Gestão Urbana e Sustentabilidade” é a temática do livro organizado por Gilda Collet Bruna e Arlindo Phillip Jr. que será lançado pela editora Manole no próximo dia 13 de Setembro na Universidade Presbiteriana Mackenzie em São Paulo.

Esta publicação contou com a participação de 74 autores, entre eles a arquiteta Renata Lima de Mello que foi responsável pelo capítulo “Cidade para as pessoas: da acessibilidade, do desenho urbano e universal”. Neste trabalho a profissional compilou seus conhecimentos adquiridos ao longo de 18 anos na área da acessibilidade abordando aspectos relevantes para o planejamento urbano.

O lançamento dessa obra acadêmica é aberto a todos os interessados e contará com uma mesa redonda onde os autores apresentarão pontos relevantes do universo da sustentabilidade e gerenciamento das cidades. Vale a pena conferir!

Convite GU&S_2018

Fonte: Editora Manole

Desenho de Cidades Seguras e Acessíveis

Por: Renata Mello

DSCN4078a

Foto: Renata Mello

“Desenho de Cidades Seguras e Acessíveis” foi o tema da palestra proferida por Hannah Machado, coordenadora de Desenho Urbano e Mobilidade da empresa Bloomberg Philanthropies, durante o 1º Seminário de Acessibilidade e Desenho Universal no Contexto Urbano organizado pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo, nesta última terça 19. 

Hannah destaca que a organização onde trabalha promove ações para ampliar a segurança global no trânsito, a fim de reduzir a taxa de 1,25 milhões de mortes registradas anualmente no mundo em decorrência de acidentes nas vias de tráfego de veículos. 

Menciona que a redução de velocidade para 50 km/h imposta aos condutores de veículos automotores já reduziu os índices de acidentes, mas tal ação isolada ainda não resolve significativamente o problema. Um ponto importante de mudança seria o de planejar as cidades com foco nos transeuntes ao invés dos automóveis. Essa premissa coloca o pedestre como prioridade, depois os transportes coletivos, os de carga e por último os carros individuais, conforme ilustração abaixo.

DSCN4023 a
Fonte: Hannah Machado –  imagem extraída da apresentação

Desta forma, para melhorar a segurança das pessoas, seria preciso adotar algumas estratégias de Desenho Urbano, ampliando as calçadas, áreas de espera e encurtando os pontos de travessias. Hanna enumera 12 possibilidades, que seguem:

  1. Travessia de pedestres;
  2. Ilha de refúgio;
  3. Travessia elevada;
  4. Cruzamento elevado;
  5. Extensão do meio fio;
  6. Estreitamento dos raios de conversão;
  7. Lombada;
  8. Almofadas Atenuadoras;
  9. Chicana;
  10. Estreitamento da via;
  11. Reconfiguração de cruzamentos;
  12. Mini rotatória.

Para conhecer com mais profundidade estas opções, baixe os livros: “O Desenho de cidades seguras” ou o “Global street design guide” disponíveis gratuitamente na internet.

Outra boa notícia é que iniciativas de projetos urbanos pensados a partir da priorização dos pedestres, já estão em andamento na capital paulista. O bairro de São Miguel Paulista, por exemplo, está sendo estudado e redesenhado em pontos estratégicos. Serão 18 pontos de intervenção com o intuito de criar uma centralidade mais segura e caminhável. Quiçá seja replicado para outras localidades da cidade. Os cidadãos agradecem!

Destaques da Reatech 2017

Por: Renata Mello

A Feira Internacional de Tecnologias em Reabilitação, Inclusão e Acessibilidade, a REATECH, ocorreu nos dias 1 a 4 de Junho no São Paulo Expo, atraindo um público bem diversificado, interessado em conhecer produtos inovadores, que ajudam a vida de pessoas com e sem deficiência.

Quem percorreu o evento, encontrou inúmeras propostas de carros adaptados, opções de barras de apoio, sinalização visual e tátil, impressoras em Braille, teclados e mouses com recursos que facilitam o uso por pessoas com restrição de mobilidade, cadeiras de banho com ajuste de altura e muito mais.

Dentre todos os lançamentos, três foram selecionados pelo quesito de maior inovação. São eles:

1. Lysa: Cão-guia robô

Essa inovação permite que pessoas com deficiência visual possam ser alertadas de obstáculos suspensos que nem sempre são detectados pelo uso da bengala, evitando acidentes. 

1

Foto 1: Lysa Robô-Guia – Renata Mello

2. Fly Children

A cadeira Fly Children foi desenvolvida para crianças entre 1 a 4 anos, que apresentam restrições de mobilidade nos membros inferiores, mas tenham possibilidade de movimentar as rodas laterais com a força dos braços. O objetivo é apoiar o desenvolvimento da criança, através da exploração espacial e interação mais livre nas brincadeiras.

Foto 2 e 3: Fly Children – Renata Mello

3. Projeto de móveis – Design4inclusion

Dentro de um projeto residencial acessível, o armário suspenso convencional pode ser um entrave para o armazenamento de utensílios e produtos, devido a dificuldade de alcance dos itens localizados nas prateleiras mais elevadas.

Para sanar esse problema, a empresa Design 4 inclusion criou um sistema motorizado para que o morador possa abaixar parte do armário e ter acesso com mais segurança e autonomia aos objetos e mantimentos ali armazenados.

Foto 4, 5 e 6:  Móvel planejado pela Design4inclusion- Renata Mello

Agora é aguardar pela próxima edição da feira em 2019. O que será que vem por ai?

Transver: Fotografias registradas além da visão

A Pinacoteca do Estado de São Paulo apresentou as fotografias feitas por pessoas com deficiência visual, resultantes de um curso promovido pelo Museu.

Por: Renata Mello

Foto: Pinacoteca do Estado de São Paulo, Renata Mello

A exposição fotográfica “Transver – Fotografias Feitas Por Pessoas Com Deficiência Visual” da Pinacoteca do Estado de São Paulo, retratou um interesse de quebrar paradigmas e abrir novos horizontes aos participantes com deficiência, demonstrando que mesmo sem a visão, as pessoas podem apreender os espaços a partir de outros órgãos do sentido e com a aplicação de algumas técnicas, realizar seus próprios registros visuais.

O educador João Kulcsár foi o responsável por colaborar no desenvolvimento de novas habilidades aos dez participantes do curso voltado ao registro fotográfico por pessoas com deficiência visual, realizado pelo Núcleo de Ação Educativa e que ocorreu nas instalações do próprio Museu. O intuito foi demonstrar-lhes as possibilidades de definir cenas através dos cheiros, calor e textura dos objetos, por exemplo.

A mostra apresentou os resultados desse interessante trabalho, de forma visual (fotos), tátil (através de imagens em auto relevo e textos em Braille) e sonora (audiodescrições), contribuindo no processo de inclusão da arte para todos os públicos.

NBR 9050: Acessibilidade no caminho da inclusão

A nova edição da norma de acessibilidade arquitetônica e urbanística contempla os princípios do desenho universal e aponta para a inclusão das pessoas, independente das condições sensoriais, físicas e intelectuais, no uso dos espaços.

Por: Renata Mello

Acessibilidade para todos.
Fonte: Renata Mello, 2010

 O desafio de criar ambientes cada vez mais inclusivos a um maior número de pessoas, respeitando as características físicas, sensoriais e intelectuais tem sido recorrente aos profissionais da arquitetura, engenharia, design de interiores e áreas correlatas.

Em grande parte, o Decreto Federal 5.296/2004, que regulamenta as leis, 10.048/2000 voltada a priorização no atendimento às pessoas que especifica e a 10.098/2000 que estabelece critérios e normas gerais para a implantação da acessibilidade como fator essencial a inclusão das pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, teve grande responsabilidade no processo de adoção dos referenciais técnicos que criam condições de uso dos espaços, das edificações, mobiliários e das cidades por pessoas com deficiência visual, auditiva, física ou com dificuldades de locomoção.

A partir do decreto, a NBR 9050 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), passou a vigorar com importância de lei, ditando, portanto, os parâmetros dimensionais para a elaboração de projetos e construções públicas e coletivas acessíveis. Devido a tamanha relevância, os conselhos de arquitetura e engenharia inseriram uma nota no termo de responsabilidade técnica, referente a adoção da acessibilidade, destacando a obrigatoriedade do seu atendimento nos projetos e obras.

Em 2004 e nos anos que seguiram foram intensificados os trabalhos de conscientização sobre essa temática ao corpo técnico da construção, contemplando os profissionais autônomos, os funcionários de empresas privadas, públicas e os docentes de instituições de ensino, participando nesse processo os órgãos públicos, os conselhos profissionais e demais instituições interessadas que produziram cursos e cartilhas informativas.

No princípio da obrigatoriedade da acessibilidade, ocorreram muitas dúvidas e equívocos na interpretação da NBR 9050:2004, principalmente nos capítulos de sanitários e da sinalização. Sobre esse último, destaca-se os pisos táteis que foram implantados em exagero, dificultando a locomoção das pessoas com deficiência visual.

Os desafios continuam, pois, a cada novo projeto são demandas novas soluções que devem transpor da teoria à prática, para a viabilização do espaço construído inclusivo. Nesse processo, surgem proposições positivas que podem auxiliar no próprio aperfeiçoamento da norma técnica, por isso, de tempos em tempos, a ABNT disponibiliza versões revisadas.

A nova NBR 9050, data de outubro de 2015, traz os princípios do Desenho Universal, que são premissas fundamentais para a elaboração de projetos inclusivos. Essa importante mudança, reforça a ideologia de que os produtos e ambientes construídos, por exemplo, não devem ser concebidos para determinadas fatias da população e que o desafio a ser enfrentado, deve ser mais amplo: o da diversidade humana como ponto de partida.

Em perspectiva, os edifícios apresentarão usualmente, corredores mais amplos, acabamentos que minimizam o risco de acidentes, barras de apoios nos sanitários, sinalizações táteis, visuais e sonoras nos pontos relevantes do percurso. Tais medidas, contribuem para a construção de um mundo mais equitativo e inclusivo, mas desafiará constantemente os profissionais do setor, que deverão focar na qualidade com funcionalidade, estética e segurança.

Diálogo no Escuro e os sentidos

Diálogo no Escuro é uma exposição que convida o visitante a perceber o mundo além da visão, reconhecendo os ambientes e objetos através do tato, audição e paladar.

Por: Renata Mello

imagem-dialogo
 Foto: Renata Mello, 2016

Em meio ao ritmo frenético da cidade de São Paulo, surge um convite para se despir da urgência de cumprir com as atividades do dia a dia e imergir em uma outra frequência, aquela que nos permite conhecer os ambientes, os objetos e as pessoas, sem pressa.

A proposta da exposição é proporcionar ao visitante o reconhecimento e a redescoberta de lugares habituais e objetos, sem o uso da visão, percorrendo alguns ambientes no escuro, sob a supervisão de um guia com deficiência visual.

A visitação tem duração de 45 minutos aproximadamente e ocorre em grupos geralmente de 8 pessoas. Estes participantes recebem bengalas que os apoiam durante o percurso, pois através do uso das mesmas é possível reconhecer barreiras nos espaços e evitar acidentes.

A experiência é muito enriquecedora. Durante o trajeto os partícipes vão revelando suas percepções e em conjunto buscam desvendar esse mundo “novo”. A cada item reconhecido, através do tato e do olfato, representa uma conquista pessoal e do grupo.

Para vivenciar as percepções do paladar, sugere-se comprar um lanche no escuro e degustá-lo no ambiente de refeições. Nesse momento, abre-se um espaço para perguntas que o guia responde prontamente relevando a todos os desafios enfrentados pelas pessoas com deficiência visual, mas também relatando detalhes tão ricos captados pelos demais órgãos dos sentidos.

A proposta da exposição proporciona a troca de experiências entre pessoas com habilidades e competências distintas, que enfrentam naquele momento os mesmos desafios. Isso mostra que todos são iguais e ao mesmo tempo diferentes e o quão importante é respeitar essas diferenças.  Uma proposta cultural singular e que vale ser vivenciada.

Para saber mais: http://www.dialogonoescuro.com.br/#dialog-in-the-dark

Dissertação de Mestrado

Qualidade da habitação de interesse social: análises a partir da acessibilidade e desenho universal. Estudo de caso do conjunto residencial Rubens Lara, Cubatão, SP

Autor:

Renata Lima de Mello

Resumo(s):

[pt] O Brasil possui como grande desafio a redução do déficit habitacional, principalmente para favorecer a população de baixa renda e isso tem sido trabalhado pelas políticas públicas nas três esferas de governo. Dentre as ações governamentais destaca-se a produção de moradias através da parceria público-privada, além de melhorar as condições de financiamento para aquisição do imóvel. Focam-se principalmente no atendimento quantitativo do problema habitacional, relegando para o segundo plano os aspectos qualitativos da questão, salvo algumas exceções. Sobre os casos excepcionais, pode-se mencionar a atuação do Governo do Estado de São Paulo, através da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) e Secretaria de Estado da Habitação, que têm contemplado também os aspectos qualitativos dos projetos arquitetônicos e urbanísticos. Nesse contexto, destaca-se o Conjunto Residencial Rubens Lara localizado em Cubatão, São Paulo, que foi construído a partir de um projeto executivo detalhado, que especifica as características técnicas dos passeios públicos, das áreas comuns condominiais, das unidades habitacionais adaptadas, das áreas de convivência, contribuindo para o acesso e uso desses espaços. Nesse projeto foram implantados os conceitos de Acessibilidade e do Desenho Universal, seguindo as legislações e normas técnicas vigentes sobre esse assunto, resultando em soluções projetuais diferenciadas no universo da habitação social no Brasil. Dessa forma, essa dissertação se propõe a analisar esse Conjunto, a partir desses referenciais legais, além de discutir sobre as boas práticas encontradas, com o intuito de contribuir com os futuros projetos de moradia social focados na qualidade a partir da acessibilidade e do desenho universal.

[en] One of the greatest challenges Brazil faces is to reduce the deficit in dwellings supply, with an extra focus on the low-income market, which government officials have been working towards through city, state and federal policies. Among such acts, some are noteworthy as dwelling construction through partnerships with the private sector, as well as providing better loan conditions for property purchase. Such government efforts focus mainly on the quantitative aspect of the dwelling market problem, pushing qualitative matters to the background, but in a few initiatives, among which stands out State of São Paulo’s commitment through the state owned Company for Housing And City Development and the State Department for Housing, which have considered qualitative matters within the architectural and urbanistic projects undertaken by them. One such project in particular deserves special mention: the Rubens Lara condominium, located in Cubatão, São Paulo, which was built from a detailed executive plan, which specified technical details of its sidewalks and access streets, common grounds, accessible apartments and leisure areas, making for better access and use of these places. In this project were employed the concepts of Accessibility and Universal Design, following the legislation and technical rules which govern such matters at the time, which yielded in distinguished design solutions in the social dwelling market in Brazil. Therefore, this dissertation aims to study this project and its outcome, starting at the legal references, as well as discussing the good practices found in it, looking at contributing with future projects of social housing focused on quality, founded on Accessibility and Universal Design tenets.

Titulação: Mestre em Arquitetura e Urbanismo

Contribuidor(es):

[Orientador] Gilda Collet Bruna

[Membro da Banca] Maria Augusta Justi Pisani

[Membro da Banca] Helena Napoleon Degreas

Assunto(s):

[en] universal design

[pt] qualidade

[pt] habitação social

[pt] acessibilidade

[pt] desenho universal

[pt] ARQUITETURA E URBANISMO

[en] accessibility

[en] social housing

[en] quality

Data da defesa: 30/07/2013 em Universidade Presbiteriana Mackenzie

Arquivo para baixar: Dissertação em PDF

Fonte: http://tede.mackenzie.br/jspui/handle/tede/342. Acesso em 23/09/2016.

 

Mobilidade para o pedestre: avaliação das condições das calçadas acessíveis em ruas comerciais de São Paulo

Artigo apresentado no II ENANPARQ – 2012

Mobilidade para o pedestre: avaliação das condições das calçadas acessíveis em ruas comerciais de São Paulo

Autoras

Renata Lima de MELLO
Arquiteta e Urbanista; Mestranda; Universidade Presbiteriana Mackenzie; renatamello@bioarq.com.br

Gilda Collet BRUNA
Arquiteta e Urbanista; Profa. Dra; Universidade Presbiteriana Mackenzie; gildacbruna@gmail.com

RESUMO
As calçadas são vias voltadas ao trânsito de pedestres e desempenham um papel essencial para a circulação urbana. O deslocamento a pé representa 33,13% na região metropolitana de São Paulo, devendo as calçadas permitir segurança e facilidade no deslocamento a todos os transeuntes. É sabido que essas áreas de circulação disputam espaço com telefones públicos, lixeiras, tampas de inspeção, árvores, mesas, postes de iluminação, postes de sinalização entre outros. O presente artigo propõe analisar as características relevantes das calçadas nos trechos reformados a partir de 2006 das ruas: Avanhandava e Oscar Freire, importantes ruas comerciais de São Paulo, a partir da organização espacial proposta pelo Decreto Municipal 45. 904 de 19 de Maio de 2005 e NBR 9050:2004 – Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos, os quais separam as calçadas em três faixas distintas, faixa de acesso ao imóvel, faixa livre e faixa de serviço. Para tanto se pretende tecer considerações conceituais e práticas por meio de análise de exemplos implantados na cidade de São Paulo. Trata-se de focalizar a panorama da mobilidade visando à segurança e autonomia das pessoas, conseguidas através das aplicações das normas e legislações voltadas à acessibilidade.
PALAVRAS-CHAVE: calçadas; deslocamento à pé; organização espacial; acessibilidade

Click para ler: Artigo completo

Bibliografia:

MELLO, R.L.; BRUNA, G.C.. Mobilidade para o pedestre: avaliação das condições das calçadas acessíveis em ruas comerciais de São Paulo. In: II ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO, 2012, Natal/RN. Anais eletrônicos… Natal: ENANPARQ, 2012. CD-ROM.