Intercâmbio em Barcelona (P1)

Por: Renata Mello

DSCN0825

Foto: Arquivo pessoal – Renata Mello, 2019

PORTUGUÊS

Morar temporariamente em outro país é o desejo recorrente de muitas pessoas. As razões são diversas, dentre elas, o de imergir em uma nova cultura, o de aprender um novo idioma, o de conhecer pessoas, o de realizar um curso de aperfeiçoamento ou de viver tudo isso simultaneamente.

Recentemente, a autora deste blog vivenciou essa experiencia e descreverá em primeira pessoa, suas vivencias e aprendizados em dois posts! O primeiro relato pode ser conferido a seguir:

O sonho de realizar um intercâmbio surgiu próximo aos meus vinte e poucos anos, mas devido a alguns compromissos familiares teve que ser adiado. A ideia original era estudar inglês em Londres.

Os anos passaram e esse desejo parecia cada vez mais impossível. Eu vivia trabalhando intensamente, me dividindo entre projetos de arquitetura, acompanhamentos de obra somados a ministrar algumas disciplinas na faculdade de arquitetura e design de interiores.

Eu estava muito contente com minha louca rotina, principalmente com a docência. Ficava maravilhada com o progresso dos meus alunos. Acho que era uma professora apaixonada! Não media esforços para que eles aprendessem e saíssem das minhas aulas empoderados para atuarem no mercado de trabalho.

Durante esse período que atuei como docente, me transformei internamente. A disciplina na qual ensinava sobre o universo das cores, mexeu comigo. Despertou antigos interesses que estavam adormecidos. Eu precisava fazer algo!

Na época eu fazia terapia e minha psicóloga me disse: “Por que não retoma seu sonho de desbravar o mundo e de ter contato com o universo cultural?”. Na hora fiquei espantada e depois segui pensativa. Imaginava que não tinha mais idade para isso e ela me incentivou dizendo que não havia idade adequada para realizar sonhos.

Durante três anos fiquei germinando essa ideia. Pensei em morar no Canadá para estudar inglês, mas desisti. Depois surgiu a possibilidade de estudar um segundo mestrado e eu embarquei por esse caminho.

Então, escolhi estudar Gestão Cultural na cidade que sempre me encantou, Barcelona. Era uma relação antiga de amor que nasceu em 2002 e desde o primeiro contato com a cidade, fiquei com o desejo de morar neste lugar. Como poderia imaginar que anos depois eu estaria diariamente circulando por suas ruas, desfrutando da gastronomia mediterrânea e de outras particularidades da cultura catalã.

O intercâmbio efetivamente começou depois que passei no processo seletivo para realizar um mestrado universitário. Em primeiro de outubro de 2019, cheguei sozinha a Barcelona. Nessa ocasião, sabia somente que estava matriculada na Universidade, porém não conhecia ninguém e tampouco tinha casa para morar. Os primeiros dias me hospedei em um hotel.

Pouco tempo depois, as aulas começaram em meio a busca por residência, regularização de visto e outras questões burocráticas de base. Quanta alegria, euforia e esperança misturada a incertezas.

O primeiro mês mudei de casa cinco vezes, até me fixar em uma residência de estudantes na qual permaneci até o final da minha experiencia. Os primeiros trinta dias foram tão intensos que nem senti muito bem o que estava acontecendo.

Na Universidade o espírito era de muita alegria, pois todos estavam realizando o sonho da pós-graduação. Havia alunos de diversas partes do mundo, principalmente originários da América Latina. O clima era de puro intercâmbio cultural!

Paralelo a essa atmosfera de descontração, residia em mim um certo temor em relação a conseguir realizar um mestrado em espanhol. Eu havia estudado o idioma entre meus 22 e 24 anos e naquele momento estava com 38. É fato que já não me recordava de muitas estruturas gramaticais.

Para superar esse desafio, tive que estudar MUITO! Passei inúmeros finais de semana estudando os novos conteúdos e em como poderia escrever essas informações em espanhol.  Meus cadernos sempre estavam em português e depois tinha que traduzi-los. O desafio foi em dobro.

O segundo mês do intercambio foi um dos mais difíceis, pois neste momento percebi efetivamente a mudança. Literalmente a “ficha caiu”! Sentia muita falta da família, dos amigos e do feijão. Exatamente como você está lendo, eu senti saudades do feijão. Isso foi bastante curioso, uma vez que no Brasil eu não era uma consumidora assídua. No início não sentia muita familiaridade com a comida e isso me deixava bastante abalada. Chorava muito!

O tempo passou e pouco a pouco fui me adaptando a nova realidade. O desconhecido se tornou amigável e encantador. Conheci novos lugares e pessoas e comecei a construir histórias afetivas.

Na faculdade, a euforia inicial passou e a seriedade tomou conta dos companheiros de estudo. Cada um tentou fazer da melhor forma seus trabalhos e ainda alguns tentaram conciliar com os estágios.

Naquele momento, optei em realizar posteriormente essa experiencia laboral, pois já era desafio suficiente estudar uma nova área em outro idioma. No final, acabei validando meu estágio com atuações profissionais anteriores e passei satisfatoriamente nesta disciplina.

Paralelo ao mestrado também optei em realizar um processo profundo de autoconhecimento, assessorado por uma profissional especializada que atendia aos alunos da Universidade. Quantos desafios enfrentei nesta viagem interior!

Meses depois, entrei em uma crise profunda. Minha avó paterna faleceu e eu não pude retornar ao Brasil. Neste momento lembranças do passado se somaram a esse fato e eu entrei em colapso. Anos atrás, em meu primeiro mestrado, perdi meus avós maternos e meu pai. Agora estudando novamente, sofria outra perda importante.

Graças ao apoio da minha coach e seus conselhos, pude reagir e após esse fato, resgatei toda a minha força para concluir o mestrado. Voltei com tudo! Não media esforços para obter excelentes resultados nos estudos e assim foi até o fim.

Neste processo reaprendi a ser aluna, depois de ter passado tantos anos como professora. Acredito que essa vivência também contribuirá para que futuramente eu seja uma docente ainda melhor.

Além disso, constato que esses nove meses de mestrado foram realmente de estudos intensos, reflexões pessoais e eventualmente alguns passeios para conhecer a cidade e outras regiões circundantes. Meu tempo de lazer era realmente muito escasso, mas eu não me arrependo das minhas escolhas.

Pessoalmente aprendi a importância de exercitar o perdão e a gratidão. De quão valido é viajar pela própria história e retirar o que não serve mais para que novos voos possam ser alçados futuramente. Como amadureci com todas essas reflexões!

Diferente dos meus companheiros de mestrado, optei em morar sozinha, justamente porque queria ter esse ganho interno, no qual pude chegar através de muito silencio e meditação.

Na reta final do mestrado, parei com esse processo introspectivo e foquei exclusivamente em terminar as disciplinas até o final de maio de 2019. Depois de muitas noites sem dormir, consegui atingir o objetivo. Com isso, iniciava uma nova etapa, a de realizar a dissertação.

Dia após dia, durante trinta dias, eu e meu companheiro de trabalho escrevíamos sem parar. Quantos debates para chegarmos a um trabalho completo e relevante para o campo da museologia e museografia. Eu fiquei muito orgulhosa com o resultado! A consagração veio com a apresentação final e com os comentários positivos recebidos pelos avaliadores. Enfim, nós tínhamos conseguido!

Em julho de 2019, recebi oficialmente o título de Mestre em Gestão Cultural!

Com essa conquista, encerrei a primeira fase do meu intercâmbio.

 

(Continua futuramente no post: “Intercâmbio em Barcelona (P2)”

 

Intercambio en Barcelona (P1)

Por: Renata Mello

ESPAÑOL

Vivir temporalmente en otro país es un deseo recurrente de muchas personas. Las razones son diversas, entre ellas, sumergirse en una nueva cultura, aprender un nuevo idioma, conocer gente, hacer un posgrado o vivirlo todo simultáneamente.

Recientemente, la autora de este blog vivió esta experiencia y describirá en primera persona sus experiencias y su aprendizaje en dos publicaciones. El primer informe se puede ver a continuación:

El sueño de hacer un intercambio se acercó a mis veinte años, pero debido a algunos compromisos familiares, tuvo que posponerse. La idea original era estudiar inglés en Londres.

Pasaron los años y ese deseo parecía cada vez más imposible. Siempre estaba trabajando intensamente, dividiéndome entre proyectos y monitoreo de trabajos de arquitectura, añadidos a la enseñanza de algunas asignaturas en la facultad de arquitectura y diseño de interiores.

Estaba muy contenta con mi rutina loca, especialmente con la enseñanza. Me quedaba sorprendida con el progreso de mis alumnos. ¡Creo que era una profesora apasionada! Yo hacia de todo para que aprendieran y dejaran mis clases capacitados para trabajar en el mercado laboral.

Durante este período que trabajé como profesora, me transformé internamente. La asignatura en la que enseñé sobre el universo de los colores me cambió. Despertó viejos intereses que estaban inactivos. ¡Necesitaba hacer algo!

En ese momento, estaba en terapia y mi psicóloga me dijo: “¿Por qué no reanudas tu sueño de explorar el mundo y tener contacto con el universo cultural?”. En ese momento me sorprendió y luego seguí pensativa. Pensé que estaba demasiada mayor para lograr este sueño y ella me animó diciendome que no había una edad adecuada para hacer realidad los sueños.

Esta idea germinó durante tres años. Pensé en vivir en Canadá para estudiar inglés, pero decidí no seguir este camino. Luego apareció la posibilidad de estudiar un segundo máster y embarqué en este camino.

Entonces, elegí estudiar Gestión Cultural en la ciudad que siempre me ha encantado, Barcelona. Era una antigua relación de amor que nació en 2002 y desde el primer contacto con la ciudad, me quedé con el deseo de vivir en este lugar. ¿Cómo podría imaginarme que años más tarde estaría caminando por sus calles todos los días, disfrutando de la cocina mediterránea y otras peculiaridades de la cultura catalana?

El intercambio en realidad empezó después de ingresar en el proceso de selección del master. El 1 de octubre de 2019, llegué a Barcelona solita. En ese momento, solo sabía que estaba inscrita en la Universidad, pero no conocía a nadie y ni siquiera tenía un hogar para vivir. Los primeros días me quedé en un hotel.

Poco después, las clases comenzaron en medio de la búsqueda de vivienda, regularización de visas y otros asuntos burocráticos básicos. Tanta alegría, euforia y esperanza mezcladas con incertidumbre.

El primer mes me mudé a casa cinco veces, hasta que me instalé en una residencia de estudiantes donde me quedé hasta el final de mi experiencia. Los primeros treinta días fueron tan intensos que ni siquiera sentí muy bien lo que estaba pasando.

En la Universidad, el espíritu era muy alegre, ya que todos cumplían el sueño de hacer un posgrado. Había estudiantes de diferentes partes del mundo, principalmente de Latino America. ¡El ambiente era de puro intercambio cultural!

Paralelamente a este ambiente relajado, había un cierto miedo en mí para obtener un máster en español. Había estudiado el idioma entre mis 22 y 24 años y en ese momento tenía 38. Por eso, ya no me acordaba muchas estructuras gramaticales.

Para superar este desafío, tuve que estudiar MUCHO! Pasé innumerables fines de semana estudiando el nuevo contenido y cómo podría escribir esa información en español. Mis cuadernos siempre estaban en portugués y luego tuve que traducirlos. El desafío fue doble.

El segundo mes del intercambio fue uno de los más difíciles, porque en este momento realmente noté el cambio. Extrañaba mucho a mi familia, amigos y frijoles. ¡Si! Extrañé los frijoles. Esto fue bastante curioso, ya que en Brasil no era una consumidora habitual. Al principio no me sentía muy familiarizada con la comida y me dejó muy molesta. Lloré mucho!

Pasó el tiempo y poco a poco fui adaptandome a la nueva realidad. El extraño se volvió amigable y encantador. Conocí nuevos lugares y personas y comencé a construir historias afectivas.

En la universidad, la euforia inicial pasó y la seriedad se hizo cargo de los compañeros. Cada uno trató de hacer su trabajo de la mejor manera y aún algunos trataron de conciliar con las prácticas profesionales.

En ese momento, opté por llevar a cabo esta experiencia laboral más tarde, ya que era desafío suficiente estudiar una nueva área en otro idioma. Al final, terminé validando mis prácticas con actividades profesionales anteriores y pasé esta disciplina satisfactoriamente.

Paralelamente al máster, también opté por llevar a cabo un profundo proceso de autoconocimiento, asesorada por una profesional especializada que atendió a los estudiantes de la Universidad. ¡Cuántos desafíos enfrenté en este viaje interior!

Meses después, entré en una profunda crisis. Mi abuela paterna falleció y no pude regresar a Brasil. En ese momento, los recuerdos del pasado se sumaron a ese hecho y colapsé. Hace años, en mi primer máster, perdí a mis abuelos maternos y a mi padre. Ahora estudiando de nuevo, sufri otra pérdida importante.

Gracias al apoyo de mi coach y su consejo, pude reaccionar y después de eso, recuperé todas mis fuerzas para completar mi máster. Regresé con todo! Yo hice todo esfuerzo por obtener excelentes calificaciones en los estudios y así continuó hasta el final.

En este proceso aprendí a ser estudiante de nuevo, después de haber pasado tantos años como profesora. Creo que esta experiencia también contribuirá a hacerme una mejor profesional en el futuro.

Además, noto que estos nueve meses de máster fueron realmente de intensos estudios, reflexiones personales y hice también algunos viajes para conocer la ciudad y otras regiones circundantes. Mi tiempo libre era realmente escaso, pero no me arrepiento de mis elecciones.

Personalmente aprendí la importancia de ejercer el perdón y la gratitud. Cuán válido es viajar a través del su historia personal y eliminar lo que ya no sirve para poder tomar nuevos vuelos en el futuro. ¡Cómo maduré con todas estas reflexiones!

A diferencia de mis compañeros de máster, elegí vivir sola, precisamente porque quería tener este viaje de autoconocimiento, que pude alcanzar a través de mucho silencio y meditación.

En el tramo final de los estudios, detuve este proceso introspectivo y me concentré exclusivamente en terminar las asignaturas para fines de mayo de 2019. Después de muchas noches de insomnio, logré alcanzar la meta. Con eso, comenzó una nueva etapa, la de llevar a cabo la disertación.

Día tras día, durante treinta días, mi compañero de trabajo y yo escribimos sin parar. Cuántos debates para llegar a un trabajo completo y relevante para el campo de la museología y la museografía. ¡Estaba muy orgullosa del resultado! La consagración llegó con la presentación final y los comentarios positivos recibidos por los evaluadores. Habíamos superado con éxito este desafío.

¡En julio de 2019, recibí oficialmente el título de Máster en Gestión Cultural!

Con este logro, terminé la primera fase de mi intercambio.

(Continúa en el futuro post: “Intercambio en Barcelona (P2)”

Publicidade

Ser imigrante no século XXI

Por: Renata Mello

migration-3129340_1920

Imagem de Capri23auto por Pixabay

PORTUGUÊS

Viajar para terras distantes sempre foi uma prática humana, devido a necessidade de uma vida melhor, seja por fuga de um acidente natural, por guerras, por questões financeiras, por conquistas territoriais ou simplesmente pela curiosidade sobre o inusitado.

É certo que efetuar uma mudança geográfica ficou facilitada com a inserção de meios de transporte mais eficientes, como trens de alta velocidade e aviões. No entanto, dependendo da razão da viagem, nem sempre é possível chegar a nova terra almejada de maneira tranquila e confortável. De qualquer forma, sempre se exigiu muita coragem para se cruzar a fronteira do conhecido e se tornar um imigrante.

Ser um imigrante, dentro de uma visão poética, significa que seu coração se divide em dois territórios ou mais. Existe um forte amor pela terra natal e simultaneamente há uma outra parte afetiva que vai sendo construída neste novo lugar. Pouco a pouco a bagagem da partida contendo objetos e fotos que recordam a família e amigos se mesclam com outros elementos do novo mundo.

Viver em outro país sempre foi e será desafiador, pois se faz necessário deixar seu habitat confortável para se aventurar no desconhecido. Emoções como o medo e a euforia se mesclam constantemente. O porvir será auspicioso ou não, dependendo da sorte de cada um. No caminho haverá sempre pessoas que te apoiarão e outras que te desafiarão. De qualquer maneira, todas chegarão para te ensinar algo.

Nunca haverá uma idade adequada para passar por essa experiencia. Em qualquer fase da vida o desafio ocorrerá em menor ou maior grau. Nos primeiros anos de vida será mais fácil para se adaptar a vida local e apreender corretamente o idioma. Na juventude, o espírito estará mais aberto a romper com o estabelecido, podendo se tornar uma vantagem, mas também um perigo caso não possua uma base fortalecida de princípios.

Na fase adulta, às vezes, pode custar mais, pois já foram construídas algumas coisas na vida e os hábitos já foram consolidados. Em contrapartida, por haver mais maturidade é possível ganhar em experiencias mais profundas que podem transformar a alma. Tudo dependerá de cada pessoa.

Não importa a idade, sempre haverá ganhos e perdas. O velho território constantemente fica na memória enquanto o novo pouco a pouco vai presenteando amigos, te convidando a viver distintas experiencias e ampliando sua visão de mundo. Mesmo que um dia regresse, nunca mais será como antes.

Aprenderá também a encarar o preconceito! Infelizmente ele ainda existe e causa exclusões. As razões são diversas, seja pela raça, classe social, diferença cultural, enfim, um imigrante seguramente viverá em algum momento atos de preconceito e aprenderá a viver apesar disso.

Como benefício de todas essas vivencias receberá o fortalecimento do espírito e a expansão da consciência. Se estiver receptivo, poderá também descobrir um segredo escondido! Reconhecerá que todos os seres humanos são iguais, com sonhos e temores. Poderá entender que a divisão territorial é apenas uma ilusão e que para o amor entre as pessoas não existe fronteiras! Somos todos um!

Ser inmigrante en el siglo XXI

POR: Renata Mello

ESPAÑOL

Viajar a tierras lejanas siempre ha sido una práctica humana, debido a la necesidad de una vida mejor, ya sea por escapar de un accidente natural, guerras, problemas financieros, conquistas territoriales o simplemente por curiosidad sobre lo inusual.

Es cierto que hacer un cambio geográfico se hizo más fácil con la introducción de medios de transporte más eficientes, como los trenes de alta velocidad y los aviones. Sin embargo, dependiendo del motivo del viaje, no siempre es posible llegar a la nueva tierra deseada de una manera tranquila y cómoda. En cualquier caso, se necesitó mucho coraje para cruzar la frontera de lo conocido y convertirse en inmigrante.

Ser inmigrante, dentro de una visión poética, significa que su corazón está dividido en dos territorios o más. Hay un fuerte amor por la patria y al mismo tiempo hay otra parte afectiva que se está construyendo en este nuevo lugar. Poco a poco, el equipaje de salida que contiene objetos y fotos que recuerdan a familiares y amigos se mezcla con otros elementos del nuevo mundo.

Vivir en otro país siempre ha sido y será un desafío, ya que es necesario dejar su cómodo hábitat para aventurarse en lo desconocido. Emociones como el miedo y la euforia se mezclan constantemente. El futuro será auspicioso o no, dependiendo de la suerte de cada uno. En el camino siempre habrá personas que lo apoyarán y otros que lo desafiarán. De cualquier manera, todos vendrán a enseñarte algo.

Nunca habrá una edad adecuada para pasar por esta experiencia. En cualquier etapa de la vida, el desafío ocurrirá en mayor o menor grado. En los primeros años de vida será más fácil adaptarse a la vida local y aprender el idioma correctamente. En la juventud, el espíritu estará más abierto a romper con lo establecido, lo que puede convertirse en una ventaja, pero también en un peligro si no tiene una base de principios fortalecida.

En la edad adulta, a veces puede costar más, ya que algunas cosas ya fueron construidas  en la vida y los hábitos ya se consolidaron. Por otro lado, la persona con más madurez, puede obtener experiencias más profundas que llevan a transformación del alma. Todo dependerá de cada persona.

No importa la edad, siempre habrá ganancias y pérdidas. El antiguo territorio está constantemente en la memoria, mientras que el nuevo poco a poco está dando regalos como amigos, invitándolo a vivir diferentes experiencias y expandiendo su visión del mundo. Incluso si algún día regresa, nunca volverá a ser el mismo.

¡También aprenderás a enfrentar los prejuicios! Lamentablemente, todavía existe y causa exclusiones. Las razones son diversas, ya sea debido a la raza, clase social, diferencia cultural, en resumen, un inmigrante seguramente experimentará actos de prejuicio en algún momento y aprenderá a vivir a pesar de esto.

Como beneficio de todas estas experiencias, recibirás el fortalecimiento del espíritu y la expansión de la conciencia. Si eres receptivo, ¡también puedes descubrir un secreto oculto! Reconocerá que todos los seres humanos son iguales, con sueños y miedos. ¡Puedes entender que la división territorial es solo una ilusión y que para el amor entre las personas no hay fronteras! Todos somos uno!

Cultura, identidade e globalização

Por: Renata Mello
PORTUGUÊS
Este texto traz como desafio a reflexão sobre cultura, identidade e suas relações com o momento atual da globalização, onde as fronteiras comerciais e políticas estão mais abertas, permitindo maior intercâmbio entre os diferentes povos e seus costumes.
É importante saber que a palavra CULTURA vem do Latim e significa CULTIVO, sendo associada: a terra; ao desenvolvimento intelectual do indivíduo; as práticas comuns de um determinado grupo de pessoas; bem como a âmbitos religiosos, como o culto a Deus. Este termo abrange três linhas de atuação humana: a técnica (fazer), a prática (trabalhar) e a teoria (saber), segundo conceitos defendidos pela filósofa Remei Agullles Simó.
Através da cultura, o Homo Sapiens pôde criar meios de se adaptar ao meio natural e sobreviver de forma peculiar em relação aos demais animais do planeta. Desta forma, é possível afirmar que a natureza do Ser Humano se caracteriza pela associação de sua PARTE BIOLÓGICA ASSOCIADA AOS SEUS CULTIVOS – CULTURA.
Dependendo das demandas locais, das variáveis climáticas, das ofertas de alimentos, cada grupo de indivíduos foi se adaptando e criando gastronomias próprias, organizações sociais específicas, expressões artísticas singulares que estes julgavam serem as ideais para suas existências.
Somado a isso, o homem criou sistemas de signos através de mitos, linguagem, arte, ciência, religião e história, levando o filósofo alemão, Ernst Cassirer (1874-1945), a classificar o homem como “o animal simbólico”.
Estes códigos são de suma importância no processo de IDENTIDADE e PERTENCIMENTO das pessoas a um grupo ou nação, pois elas comungam de um mesmo idioma, de hábitos alimentares semelhantes, de crenças e expressões artísticas que refletem o seu mundo interior.
Tais códigos culturais são transmitidos através da educação formal e informal, perpetuando ao longo do tempo, as práticas linguísticas, as condutas sociais ou mesmo as festas populares. Esse processo, no entanto, não é estático, podendo se transformar pela adoção de novos valores e interesses ou mesmo com a chegada de imigrantes, que aportam outros costumes.
Um exemplo recente e ainda polêmico na Espanha está relacionado com as práticas de touradas. É curioso conhecer um pouco desta história e saber que os touros[1] eram considerados um símbolo de fertilidade pelos povos antigos do Mediterrâneo. Desta forma, as caçadas ocorriam antes dos matrimônios, quando o noivo matava o animal como pressagio de união próspera.
Ao longo dos séculos essa prática se consolidou na região Ibérica e no ano de 1135, começou a mudar a proposta original. Neste momento, passou a contar com a presença de um nobre toureiro em seu cavalo, alguns assistentes e o touro.  Somente no século XVIII que esta ação cultural se popularizou entre as classes sociais menos abastadas. Tendo como auge, o início do século XX, onde se transforma em paixão e identidade nacional. 
No entanto, no século XXI, os valores de parte dos espanhóis mudaram. Os jovens principalmente começaram a lutar contra os maus tratos destes animais[2], conseguindo extinguir esta prática secular de muitas cidades espanholas ou por vezes coibindo ações agressivas a esses animais. Em Barcelona, por exemplo, a antiga “Plaza de Toros” agora abriga um moderno Shopping, deixando somente a arquitetura exterior como registro de sua antiga atividade cultural.

bulls-2341110_960_720

Fonte da imagem: Pixabay – 2019
No que tange a imigração como forma de transformação cultural cabe também observar o caso de Barcelona. Desde 1992 com os Jogos Olímpicos, esta cidade veio se abrindo mais para os estrangeiros. Hoje é considerada a nona[3] capital cultural Europeia que recebe pessoas de todas as partes do mundo.
Por essa abertura, é possível facilmente encontrar caminhando por suas ruas, restaurantes de comida oriental, italiana, argentina, brasileira que vem somar aos hábitos gastronômicos já existentes. Existe a possibilidade de comer pratos típicos espanhóis cheios de frutos do mar, como a “paella”, mas também é ofertado sushi ou sashimi, próprio dos costumes japoneses.
A troca entre culturas não é uma novidade advinda da GLOBALIZAÇÃO[4]. Ao longo dos séculos, muitas pessoas migraram de seus países de origem devido a problemas climáticos, guerras, escassez de alimentos ou de água, sempre na esperança de melhores condições de vida.
E esse intercâmbio sempre aportou positivamente as culturas que as receberam, no entanto, o que se questiona atualmente é a intensidade da troca. O intercâmbio cultural não ocorre somente com a chegada dos imigrantes, mas também pelos meios de comunicação massivos, bem como pela entrada de importantes empresas transnacionais, que empregam seus produtos e costumes principalmente em países menos desenvolvidos do mundo ocidental. 
Os interesses políticos e econômicos estão a frente deste processo atual. No final do século XX e início do século XXI surge uma nova forma de dominação cultural, aquela que se instala lentamente através dos bens de consumo e das mídias, influenciando as dinâmicas culturais locais sem precedentes. Quais serão os impactos dessa influência econômica global sobre as culturas locais? A humanidade perderá suas singularidades em detrimento dos interesses financeiros de algumas nações? Fica algumas perguntas para reflexão.
É válido lembrar que essas diferenças de hábitos, costumes e crenças são patrimônio da humanidade e compõe a multiplicidade cultural. Cada nação se caracteriza por suas singularidades, contendo soluções distintas que podem ser percebidas ao transitar pelos diversos territórios do Planeta. Desta forma, caberá pesquisas acadêmicas e reflexões mais profundas sobre a globalização e suas influencias dentro das culturas locais, na ânsia por soluções que visem uma troca equilibrada e saudável entre as nações.
[1] Fonte: https://super.abril.com.br/saude/como-surgiu-a-tourada/. Acesso em 29/12/2018.
[2] Fonte: Lei na Espanha restringe violência nas touradas –  https://oglobo.globo.com/sociedade/lei-na-espanha-restringe-violencia-nas-touradas-21644468 . Acesso em 29/12/2018.
[3] Fonte: https://www.elperiodico.com/es/barcelona/20180402/clasificacion-capitales-culturales-europa-barcelona-madrid-6730105. Acesso em 29/12/2018.
[4] A Globalização é um termo elaborado na década de 1980 para descrever o processo de intensificação da integração econômica e política internacional, marcado pelo avanço nos sistemas de transporte e de comunicação. Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/geografia/o-que-e-globalizacao.htm. Acesso em 29/12/2018.

 

Cultura, identidad y globalización

ESPAÑOL
Por: Renata Mello
Este texto trae como desafío la reflexión sobre cultura, identidad y sus relaciones con el momento actual de la globalización, donde las fronteras comerciales y políticas están más abiertas, permitiendo un mayor intercambio entre los diferentes pueblos y sus costumbres.
Es importante saber que la palabra CULTURA viene del Latín y significa CULTIVO, siendo asociada: la tierra; al desarrollo intelectual del individuo; las prácticas comunes de un determinado grupo de personas; así como a ámbitos religiosos, como el culto a Dios. Este término abarca tres líneas de actuación humana: la técnica (hacer), la práctica (trabajar) y la teoría (saber), según conceptos defendidos por la filósofa Remei Agullles Simó.
A través de la cultura, el Homo Sapiens pudo crear medios de adaptarse al medio natural y sobrevivir de forma peculiar en relación a los demás animales del planeta. De esta forma, es posible afirmar que la naturaleza del Ser Humano se caracteriza por la asociación de su PARTE BIOLÓGICA ASOCIADA A SUS CULTIVOS – CULTURA.
Dependiendo de las demandas locales, de las variables climáticas, de las ofertas de alimentos, cada grupo de individuos se fue adaptando y creando gastronomías propias, organizaciones sociales específicas, expresiones artísticas singulares que éstos creían que eran las ideales para sus existencias.
Además, el hombre creó sistemas de signos a través de mitos, lenguaje, arte, ciencia, religión e historia, llevando al filósofo alemán, Ernst Cassirer (1874-1945), a clasificar al hombre como “el animal simbólico”.
Estos códigos son de suma importancia en el proceso de IDENTIDAD y PERTENIMIENTO de las personas a un grupo o nación, pues ellas comunican de un mismo idioma, de hábitos alimentarios semejantes, de creencias y expresiones artísticas que reflejan su mundo interior.
Tales códigos culturales se transmiten a través de la educación formal e informal, perpetuando a lo largo del tiempo, las prácticas lingüísticas, las conductas sociales o incluso las fiestas populares. Este proceso, sin embargo, no es estático, pudiendo transformarse por la adopción de nuevos valores e intereses o incluso con la llegada de inmigrantes, que aporta otros costumbres.
Un ejemplo reciente y aún polémico en España está relacionado con las prácticas de corridas de toros. Es curioso conocer un poco de esta historia y saber que los toros[1] eran considerados un símbolo de fertilidad por los pueblos antiguos del Mediterráneo. De esta forma, las cacerías ocurrían antes de los matrimonios, cuando el novio mataba al animal como presagio de unión próspera.
A lo largo de los siglos esa práctica se consolidó en la región Ibérica y en el año 1135, comenzó a cambiar la propuesta original. En este momento, pasó a contar con la presencia de un noble torero en su caballo, algunos asistentes y el toro. Sólo en el siglo XVIII que esta acción cultural se popularizó entre las clases sociales menos favorecidas. Teniendo como auge, el inicio del siglo XX, donde se transforma en pasión e identidad nacional. 
Sin embargo, en el siglo XXI, los valores de parte de los españoles cambiaron. Los jóvenes principalmente comenzaron a luchar contra los malos tratos de estos animales[2], logrando extinguir esta práctica secular de muchas ciudades españolas o a veces cohibiendo acciones agresivas a esos animales. En Barcelona, ​​por ejemplo, la antigua “Plaza de Toros” ahora alberga un moderno Shopping, dejando sólo la arquitectura exterior como registro de su antigua actividad cultural.
bulls-2341110_960_720
Fonte da imagem: Pixabay – 2019
En lo que se refiere a la inmigración como forma de transformación cultural cabe también observar el caso de Barcelona. Desde 1992 con los Juegos Olímpicos, esta ciudad vino abriéndose más para los extranjeros. Hoy se considera la novena[3] capital cultural europea que recibe a personas de todas partes del mundo.
Por esa apertura, es posible fácilmente encontrar caminando por sus calles, restaurantes de comida oriental, italiana, argentina, brasileña que viene a sumar a los hábitos gastronómicos ya existentes. Hay una posibilidad de comer platos típicos españoles llenos de mariscos, como la “paella”, pero también se ofrece sushi o sashimi, propio de las costumbres japoneses.
El intercambio entre culturas no es una novedad proveniente de la GLOBALIZACIÓN[4]. A lo largo de los siglos, muchas personas han migrado de sus países de origen debido a problemas climáticos, guerras, escasez de alimentos o de agua, siempre en la esperanza de mejores condiciones de vida.
Y ese intercambio siempre aportó positivamente las culturas que las recibieron, sin embargo, lo que se cuestiona actualmente es la intensidad del intercambio. El intercambio cultural no ocurre sólo con la llegada de los inmigrantes, sino también por los medios de comunicación masivos, así como por la entrada de importantes empresas transnacionales, que emplean sus productos y costumbres principalmente en países menos desarrollados del mundo occidental.
Los intereses políticos y económicos están al frente de este proceso actual. A finales del siglo XX e inicio del siglo XXI surge una nueva forma de dominación cultural, aquella que se instala lentamente a través de los bienes de consumo y de los medios, influenciando las dinámicas culturales locales sin precedentes. ¿Cuáles serán los impactos de esa influencia económica global sobre las culturas locales? ¿La humanidad perderá sus singularidades en detrimento de los intereses financieros de algunas naciones? Hay algunas preguntas para la reflexión.
Es válido recordar que esas diferencias de hábitos, costumbres y creencias son patrimonio de la humanidad y compone la multiplicidad cultural. Cada nación se caracteriza por sus singularidades, conteniendo soluciones distintas que pueden ser percibidas al transitar por los diversos territorios del planeta.  
De esta forma, cabrá investigaciones académicas y reflexiones más profundas sobre la globalización y sus influencias dentro de las culturas locales, en el afán por soluciones que tengan un intercambio equilibrado y saludable entre las naciones.
[1] Fuente: https://super.abril.com.br/saude/como-surgiu-a-tourada/. Visitado en 29/12/2018.
[2] Fuente: Lei na Espanha restringe violência nas touradas –  https://oglobo.globo.com/sociedade/lei-na-espanha-restringe-violencia-nas-touradas-21644468 . Visitado en 29/12/2018.
[3] Fuente: https://www.elperiodico.com/es/barcelona/20180402/clasificacion-capitales-culturales-europa-barcelona-madrid-6730105 . Visitado en 29/12/2018.
[4]“La Globalización es un término elaborado en la década de 1980 para describir el proceso de intensificación de la integración económica y política internacional, marcado por el avance en los sistemas de transporte y de comunicación”. Traducción nuestra [4] A Globalização é um termo elaborado na década de 1980 para descrever o processo de intensificação da integração econômica e política internacional, marcado pelo avanço nos sistemas de transporte e de comunicação. Fuente: https://brasicascola.uol.com.br/o-que-y/geografía/o-que-e-globalizacion.htm . Visitado en 29/12/2018.