Arranjos Florais – Rosas

Por: Renata Mello

As flores embelezam os ambientes com suas formas, cores e perfumes. Elas podem combinar com a decoração de residencias, escritórios ou mesmo lojas, trazendo os encantos da natureza para os locais internos, colaborando para o bem-estar das pessoas que por ali circulam.

A Rosa foi a escolhida pela arquiteta, para compor os arranjos florais de sua residência em ocasiões que demandavam uma atmosfera de leveza, alegria e harmonia. A seguir vejam algumas propostas elaboradas por Renata.

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Arranjo floral 1 – Composto por Rosas
Foto: Renata Mello
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Arranjo floral 2 – Composto por Rosas e Astromélias
Foto: Renata Mello
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Arranjo floral 3 – Composto por Rosas, Crisântemos e Mosquitinhos
Foto: Renata Mello

Sustentabilidade na Habitação Social no Brasil: Conjunto Maravilha em Fortaleza

Artigo apresentado no 3 ° Congresso Internacional – Sustentabilidade e Habitação de Interesse Social em 2014

Sustentabilidade na Habitação Social no Brasil: Conjunto Maravilha em Fortaleza

Autoras:

Maria Augusta Justi Pisani
Profa. Dra. PPPG FAU UPM, Mackenzie, Brasil. E-mail: augustajp@gmail.com

Gilda Collet Bruna
Profa. Dra. PPPG FAU UPM, Mackenzie, Brasil. E-mail: gildacbruna@gmail.com

Renata Lima de Mello
Profa. Me. FAU FIAM FAAM, Brasil. E-mail: renatamello@bioarq.com.br

Erika Ciconelli de Figueiredo
Profa. Me. FAU Mackenzie, Brasil. E-mail: erikadfr@gmail.com

Resumo: A avaliação da sustentabilidade em projetos de habitação de interesse social no Brasil é relevante tendo em vista que os edifícios consomem aproximadamente a metade da energia gerada no planeta e o déficit habitacional brasileiro passa dos seis milhões de unidades. Este artigo é parte da produção do projeto de pesquisa “Habitação Social no Brasil: projetos e sustentabilidade no século XXI” da Faculdade de Arquitetura da Universidade Presbiteriana Mackenzie, com fomento do CNPq. O objetivo deste trabalho é analisar a sustentabilidade do Conjunto Maravilha na cidade de Fortaleza, promovido pela Fundação de Desenvolvimento Habitacional de Fortaleza, a partir dos quesitos apontados em manuais de avaliação e certificação de projetos e construções sustentáveis. O método aplicado compreendeu as etapas de: levantamento de dados secundários, levantamentos de campo com a aplicação de roteiro que contemple os quesitos de: qualidade urbana; projeto e conforto; eficiência energética; conservação de recursos materiais; gestão da água e práticas sociais. Esse roteiro foi elaborado a partir do Selo Casa Azul da Caixa Econômica Federal. Os resultados desta pesquisa demonstram que: há possibilidades de se produzir habitações de interesse social, contanto que o conhecimento técnico e científico disponível no Brasil seja aplicado desde a fase de projeto. Os
resultados desta pesquisa serão divulgados, juntamente com os demais conjuntos habitacionais analisados pelo grupo de pesquisa, para que seus parâmetros alimentem novas propostas projetuais de habitação social mais sustentável.

Palavras-chave: Habitação Social; Sustentabilidade na habitação; Conjunto Maravilha.

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Bibliografia:

PISANI, M.A.J.; BRUNA, G.C.; MELLO, R.L.; FIGUEIREDO, E. C.. Sustentabilidade na Habitação Social no Brasil: Conjunto Maravilha em Fortaleza. In: 3 ° CONGRESSO INTERNACIONAL – SUSTENTABILIDADE E HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL , 2014, Porto Alegre/RS. Anais eletrônicos… Porto Alegre: 3 ° Congresso Internacional – Sustentabilidade e Habitação de Interesse Social, 2014.

Ensino e pesquisa em projeto de Arquitetura e Urbanismo: Método Design Thinking

Artigo apresentado no Congresso Internacional “O que é uma escola de Projeto na contemporaneidade – Questões de ensino e critica do conhecimento em Arquitetura e Urbanismo em 2013.

Ensino e pesquisa em projeto de Arquitetura e Urbanismo: Método Design Thinking

Autoras:

Renata Lima de Mello
Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, Brasil, renatamello@bioarq.com.br

Maria Augusta Justi Pisani
Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, Brasil, augustajp@gmail.com

RESUMO

Esse artigo tem como objetivo discutir a aplicação experimental do método Design Thinking em atividade de ateliê de projeto, a partir das experiências obtidas em 2011, na disciplina de pós-graduação: “Laboratório de Práticas de Arquitetura e Urbanismo”, da Universidade Presbiteriana Mackenzie. O processo empregado junto aos discentes permeou a fase de estudos bibliográficos a partir de Rowe (1987), Brown (2010) e Foqué (2010), que elucidaram o método proposto. A partir da fundamentação teórica, iniciaram-se os primeiros estudos sobre o bairro da Luz, São Paulo, área definida para sofrer as intervenções projetuais. Os pesquisadores refletiram sobre os problemas locais e buscaram em grupo, soluções de projeto a partir de análise, discussão, visitas in loco, imersão e ciclo iterativo das proposições. Os resultados obtidos foram propostas urbanas contextualizadas com as questões sociais, ambientais, culturais e espaciais da região, tais como: valorização dos espaços de uso coletivo; ações visando à melhoria das condições econômicas dos moradores de baixa renda; equipamentos urbanos públicos e privados sustentáveis através do aproveitamento das águas pluviais, lajes-jardim, aplicação de materiais e técnicas de baixo impacto ambiental e participação da população no processo.

Palavras-chave: Métodos de projeto. Arquitetura e Urbanismo. Design Thinking.

Click para ler: Artigo completo

Bibliografia:

MELLO, R.L.; PISANI, M.A.J..Ensino e pesquisa em projeto de Arquitetura e Urbanismo: Método Design Thinking. In: CONGRESSO INTERNACIONAL “O QUE É UMA ESCOLA DE PROJETO NA CONTEMPORANEIDADE – QUESTÕES DE ENSINO E CRITICA DO CONHECIMENTO EM ARQUITETURA E URBANISMO”, 2013, São Paulo/SP. Anais eletrônicos…São Paulo: “O que é uma escola de Projeto na contemporaneidade – Questões de ensino e critica do conhecimento em Arquitetura e Urbanismo”, 2013.

Transver: Fotografias registradas além da visão

A Pinacoteca do Estado de São Paulo apresentou as fotografias feitas por pessoas com deficiência visual, resultantes de um curso promovido pelo Museu.

Por: Renata Mello

Foto: Pinacoteca do Estado de São Paulo, Renata Mello

A exposição fotográfica “Transver – Fotografias Feitas Por Pessoas Com Deficiência Visual” da Pinacoteca do Estado de São Paulo, retratou um interesse de quebrar paradigmas e abrir novos horizontes aos participantes com deficiência, demonstrando que mesmo sem a visão, as pessoas podem apreender os espaços a partir de outros órgãos do sentido e com a aplicação de algumas técnicas, realizar seus próprios registros visuais.

O educador João Kulcsár foi o responsável por colaborar no desenvolvimento de novas habilidades aos dez participantes do curso voltado ao registro fotográfico por pessoas com deficiência visual, realizado pelo Núcleo de Ação Educativa e que ocorreu nas instalações do próprio Museu. O intuito foi demonstrar-lhes as possibilidades de definir cenas através dos cheiros, calor e textura dos objetos, por exemplo.

A mostra apresentou os resultados desse interessante trabalho, de forma visual (fotos), tátil (através de imagens em auto relevo e textos em Braille) e sonora (audiodescrições), contribuindo no processo de inclusão da arte para todos os públicos.

Piet Mondrian e o De Stijl

O amadurecimento artístico do pintor, somado ao contexto histórico e contato com as produções de artistas como Picasso, contribuíram para que suas obras buscassem o essencial formal que influenciaram as produções do movimento de arte De Stijl.

Por: Renata Mello

  Obra: Composição com grande plano vermelho, amarelo, preto, cinza e azul (1921)
Foto: Renata Mello

O pintor Mondrian nascido em 1872, vivenciou um período de intensas transformações sociais, tecnológicas, urbanas e duas grandes guerras mundiais ao longo dos seus 72 anos. No início seus trabalhos foram pinturas figurativas, representando principalmente as paisagens da Holanda e pessoas. Com a evolução das máquinas, o uso dos automóveis, as cidades criaram um novo ritmo, mais acelerado, mais industrial que impactou fortemente na produção artística de diversos países, como a França, onde se destacaram pintores como Vincent Van Gogh, George Seurat e Pablo Picasso que buscaram responder através da arte, as novas realidades.

Mondrian teve contato diretamente com essas produções de vanguarda e imergiu mais fortemente nesse contexto quando residiu em Paris entre 1912 e 1914.  Três anos depois, o artista assumiu completamente a linguagem cubista como a nova plástica (Neoplasticismo), buscando identificar o essencial, retratado a partir desse momento, por linhas no sentido vertical e horizontal, compondo por vezes, uma malha que formava quadrados e retângulos que foram intencionalmente destacados com o uso das cores primárias e neutras, como o preto, o cinza e o branco.  A partir de 1917, portanto, suas obras comungam com o ritmo acelerado da sociedade atual e se tornam totalmente abstratas.

Neste mesmo ano, Mondrian se associa com outros artistas, arquitetos e designers holandeses para criar uma revista a De Stijl que se torna um movimento de arte, no qual foram debatidas as novas linguagens para a publicidade, fotografia, arquitetura, mobiliário e pintura.

Dentre as produções do grupo, pode-se destacar a casa Rietveld Schröder em Utrecht, projetada por Gerrit Rietveld, a obra arquitetônica holandesa desse período que adotou a simplificação das formas, destacando as linhas essenciais e que fez uso do vermelho, azul e amarelo, com uma linguagem visual similar as obras de Mondrian. Essa casa possuia amplas janelas que conectavam o interior e o exterior, melhorando as condições de iluminação natural. As paredes internas eram compostas por painéis móveis que podiam ser articulados conforme as necessidades de privacidade dos moradores.

A seguir, a maquete desta casa neoplasticista e a cadeira “Vermelho e Azul” que compunha a decoração interna.

Maquete da Casa Rietveld Schröder (1924)
Foto: Renata Mello
Cadeira Vermelho e Azul criada por Gerrit Rietveld (1923)
Foto: Renata Mello

A partir da cadeira de Rietveld é possível notar, que os móveis da residência foram desenhados para dialogar com o conjunto, ou seja, arquitetura, arte e mobiliário compartilham o mesmo princípio: o de buscar o essencial, com uma linguagem formal em que se destacam as linhas chaves da composição e que se utilizam das cores primárias e neutras, criando com isso uma importante base para a cultura moderna holandesa do século XX. 

NBR 9050: Acessibilidade no caminho da inclusão

A nova edição da norma de acessibilidade arquitetônica e urbanística contempla os princípios do desenho universal e aponta para a inclusão das pessoas, independente das condições sensoriais, físicas e intelectuais, no uso dos espaços.

Por: Renata Mello

Acessibilidade para todos.
Fonte: Renata Mello, 2010

 O desafio de criar ambientes cada vez mais inclusivos a um maior número de pessoas, respeitando as características físicas, sensoriais e intelectuais tem sido recorrente aos profissionais da arquitetura, engenharia, design de interiores e áreas correlatas.

Em grande parte, o Decreto Federal 5.296/2004, que regulamenta as leis, 10.048/2000 voltada a priorização no atendimento às pessoas que especifica e a 10.098/2000 que estabelece critérios e normas gerais para a implantação da acessibilidade como fator essencial a inclusão das pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, teve grande responsabilidade no processo de adoção dos referenciais técnicos que criam condições de uso dos espaços, das edificações, mobiliários e das cidades por pessoas com deficiência visual, auditiva, física ou com dificuldades de locomoção.

A partir do decreto, a NBR 9050 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), passou a vigorar com importância de lei, ditando, portanto, os parâmetros dimensionais para a elaboração de projetos e construções públicas e coletivas acessíveis. Devido a tamanha relevância, os conselhos de arquitetura e engenharia inseriram uma nota no termo de responsabilidade técnica, referente a adoção da acessibilidade, destacando a obrigatoriedade do seu atendimento nos projetos e obras.

Em 2004 e nos anos que seguiram foram intensificados os trabalhos de conscientização sobre essa temática ao corpo técnico da construção, contemplando os profissionais autônomos, os funcionários de empresas privadas, públicas e os docentes de instituições de ensino, participando nesse processo os órgãos públicos, os conselhos profissionais e demais instituições interessadas que produziram cursos e cartilhas informativas.

No princípio da obrigatoriedade da acessibilidade, ocorreram muitas dúvidas e equívocos na interpretação da NBR 9050:2004, principalmente nos capítulos de sanitários e da sinalização. Sobre esse último, destaca-se os pisos táteis que foram implantados em exagero, dificultando a locomoção das pessoas com deficiência visual.

Os desafios continuam, pois, a cada novo projeto são demandas novas soluções que devem transpor da teoria à prática, para a viabilização do espaço construído inclusivo. Nesse processo, surgem proposições positivas que podem auxiliar no próprio aperfeiçoamento da norma técnica, por isso, de tempos em tempos, a ABNT disponibiliza versões revisadas.

A nova NBR 9050, data de outubro de 2015, traz os princípios do Desenho Universal, que são premissas fundamentais para a elaboração de projetos inclusivos. Essa importante mudança, reforça a ideologia de que os produtos e ambientes construídos, por exemplo, não devem ser concebidos para determinadas fatias da população e que o desafio a ser enfrentado, deve ser mais amplo: o da diversidade humana como ponto de partida.

Em perspectiva, os edifícios apresentarão usualmente, corredores mais amplos, acabamentos que minimizam o risco de acidentes, barras de apoios nos sanitários, sinalizações táteis, visuais e sonoras nos pontos relevantes do percurso. Tais medidas, contribuem para a construção de um mundo mais equitativo e inclusivo, mas desafiará constantemente os profissionais do setor, que deverão focar na qualidade com funcionalidade, estética e segurança.

Croatá Laguna Ecopark: Smart City

No interior do Ceará está sendo construída uma cidade inteligente e sustentável contemplando habitações de interesse social dentro dos valores do Minha Casa Minha Vida

Por: Renata Mello 

A futura cidade brasileira inteligente e sustentável foi batizada como Croatá Laguna Ecopark e está localizada em Croatá, interior do Ceará, em uma posição estratégica, próxima do Porto do Pecém, Complexo Industrial e a 55 Km de Fortaleza.

Localização do empreendimento
Fonte: https://vimeo.com/108733232. Acesso em 19 Jan/ 2016. 

Devido ao potencial da região, principalmente do Porto, que se prevê ser o segundo maior do país em movimentação de cargas até 2025, atraiu o interesse de investidores italianos, que decidiram construir um projeto inovador no estado cearense.

A empresa Planet Idea de Turim recebeu o desafio de conceber o projeto arquitetônico e urbanístico para uma área de 327,77 hectares, onde foram implantados 15% de área verde, 5% de uso institucional, 5% de interesse social, 20% de viário, além de áreas para fins industriais, residenciais e comerciais.

Setorização da cidade
Fonte: https://vimeo.com/108733232. Acesso em 19 Jan/ 2016. Modificado pelo autor.

 O projeto situado em uma área periférica, foi planejado para possuir toda a infraestrutura de água, luz, energia, transporte, além de usos distintos do território e tecnologias para dar suporte aos moradores da região, sempre dentro dos preceitos da sustentabilidade.

Dentre as inovações previstas destacam-se:

1.       Habitações de Interesse Social que atendam as premissas do programa Minha Casa Minha Vida e que disponham de qualidade arquitetônica.

2.       Planejamento urbano focado na diversidade de usos, favorecendo para o encurtamento das viagens, estimulando os deslocamentos a pé e por bicicleta, com o intuito de minimizar os impactos ambientais e melhorar a qualidade de vida.

3.       Reaproveitamento das águas pluviais e de esgoto.

4.       Praças contendo equipamentos esportivos para gerar energia.

5.       Gestão da iluminação pública computadorizada.

6.       Rede elétrica subterrânea.

7.       Otimização das necessidades energéticas para os edifícios.

8.       Aplicativo para smartphones destinado aos moradores da cidade inteligente, possibilitando uma interação local entre as pessoas. Objetiva-se também o desenvolvimento de programas sociais, como hortas urbanas, bibliotecas digitais, entre outras.

9.       Empréstimos de bicicletas e motos, a fim de estimular o espírito comunitário.

10.   Vias dimensionadas e segregadas para atender adequadamente os pedestres, veículos e bicicletas.

Vista do Boulevard
Fonte: https://vimeo.com/108733232. Acesso em 19 Jan/ 2016. Modificado pelo autor.

As premissas expostas para essa cidade trazem intrinsicamente a aplicação da sustentabilidade nas esferas sociais, energéticas, econômicas e ambientais, implantadas não somente na arquitetura, mas também em práticas comunitárias. Outro aspecto relevante, refere-se à inserção da habitação social conectada a todos os setores, como comércios e serviços, além da preocupação com a qualidade do projeto das casas ofertadas, impactando positivamente na harmonia do conjunto arquitetônico e na qualidade de vida dos moradores. 

Bibliografia:

https://vimeo.com/108733232. Acesso em 19 Jan/ 2016.

COMUNITÀ ITALIANA. Rio de Janeiro: Editora Comunità LTDA, n. 206, 10 set. 2015.p. 20-22.

Vila Dignidade: Habitação para idosos

O Programa Vila Dignidade consiste na oferta de casas térreas a idosos independentes no Estado de São Paulo, atendendo aos preceitos da acessibilidade e da sustentabilidade.

Por: Renata Mello

Foto: Renata Mello, Caraguatatuba, 2015.

As vilas destinadas aos idosos estão sendo implantadas em cidades no interior do Estado de São Paulo, com o intuito de atender a uma demanda crescente de pessoas com 60 anos ou mais. A Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) do governo do Estado de São Paulo é a responsável pela construção desses locais, em parceria com as municipalidades.

Para residir nesses empreendimentos, os longevos devem morar sozinhos, ter independência na realização das atividades da vida diária, morar pelo menos dois anos no município do conjunto e não apresentar fortes vínculos com as bases familiares.

As casas ofertadas possuem sala integrada a cozinha e a área de serviço, além de quarto e banheiro que atendem as exigências da norma de acessibilidade, NBR 9050 da ABNT, tanto nas áreas de circulação e espaços de aproximação e uso de móveis e equipamentos, quanto nos materiais, como pisos antiderrapantes e barras no banheiro. Buscaram também racionalizar os processos construtivos, para ganhar em prazo e promover uma obra mais limpa e sustentável.

A cidade de Caraguatatuba recebeu um desses conjuntos, que foi construído em local de fácil acesso, próximo a rodoviária e de outros equipamentos públicos de lazer e saúde da cidade. Dentro da própria vila instalaram um Centro de Convivência, áreas ajardinadas e uma horta, para estimular o convívio entre os moradores e melhorar o bem-estar.

Além da acessibilidade nas unidades e áreas comuns, esse empreendimento, contou com o sistema construtivo, Steel Frame, em que chapas de OSB foram fixadas nos perfis leves e receberam lã de vidro ou de rocha para melhorar o conforto térmico e acústico e como acabamento final instalaram réguas horizontais de siding vinílico. Além disso, placas fotovoltaicas foram locadas na cobertura para o aquecimento da água e sistema economizador de água colocado nas torneiras. Devido a salinidade os perfis das esquadrias foram em alumínio para dar menos manutenção e ampliar a vida útil do empreendimento.

Reflexão final: O número de idosos está crescendo de forma acelerada no Brasil e as políticas públicas devem pensar em novas formas de atendimento a essa camada da população. A construção de casas populares, acessíveis e salubres podem beneficiar nesse processo de envelhecimento com qualidade e o projeto Vila Dignidade é uma resposta inicial a essa questão. A solução ideal seria buscar uma integração geracional, em que crianças, jovens, adultos e longevos pudessem conviver e trocar suas experiências de vida, talvez esse seja o próximo passo.

Diálogo no Escuro e os sentidos

Diálogo no Escuro é uma exposição que convida o visitante a perceber o mundo além da visão, reconhecendo os ambientes e objetos através do tato, audição e paladar.

Por: Renata Mello

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 Foto: Renata Mello, 2016

Em meio ao ritmo frenético da cidade de São Paulo, surge um convite para se despir da urgência de cumprir com as atividades do dia a dia e imergir em uma outra frequência, aquela que nos permite conhecer os ambientes, os objetos e as pessoas, sem pressa.

A proposta da exposição é proporcionar ao visitante o reconhecimento e a redescoberta de lugares habituais e objetos, sem o uso da visão, percorrendo alguns ambientes no escuro, sob a supervisão de um guia com deficiência visual.

A visitação tem duração de 45 minutos aproximadamente e ocorre em grupos geralmente de 8 pessoas. Estes participantes recebem bengalas que os apoiam durante o percurso, pois através do uso das mesmas é possível reconhecer barreiras nos espaços e evitar acidentes.

A experiência é muito enriquecedora. Durante o trajeto os partícipes vão revelando suas percepções e em conjunto buscam desvendar esse mundo “novo”. A cada item reconhecido, através do tato e do olfato, representa uma conquista pessoal e do grupo.

Para vivenciar as percepções do paladar, sugere-se comprar um lanche no escuro e degustá-lo no ambiente de refeições. Nesse momento, abre-se um espaço para perguntas que o guia responde prontamente relevando a todos os desafios enfrentados pelas pessoas com deficiência visual, mas também relatando detalhes tão ricos captados pelos demais órgãos dos sentidos.

A proposta da exposição proporciona a troca de experiências entre pessoas com habilidades e competências distintas, que enfrentam naquele momento os mesmos desafios. Isso mostra que todos são iguais e ao mesmo tempo diferentes e o quão importante é respeitar essas diferenças.  Uma proposta cultural singular e que vale ser vivenciada.

Para saber mais: http://www.dialogonoescuro.com.br/#dialog-in-the-dark

Dissertação de Mestrado

Qualidade da habitação de interesse social: análises a partir da acessibilidade e desenho universal. Estudo de caso do conjunto residencial Rubens Lara, Cubatão, SP

Autor:

Renata Lima de Mello

Resumo(s):

[pt] O Brasil possui como grande desafio a redução do déficit habitacional, principalmente para favorecer a população de baixa renda e isso tem sido trabalhado pelas políticas públicas nas três esferas de governo. Dentre as ações governamentais destaca-se a produção de moradias através da parceria público-privada, além de melhorar as condições de financiamento para aquisição do imóvel. Focam-se principalmente no atendimento quantitativo do problema habitacional, relegando para o segundo plano os aspectos qualitativos da questão, salvo algumas exceções. Sobre os casos excepcionais, pode-se mencionar a atuação do Governo do Estado de São Paulo, através da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) e Secretaria de Estado da Habitação, que têm contemplado também os aspectos qualitativos dos projetos arquitetônicos e urbanísticos. Nesse contexto, destaca-se o Conjunto Residencial Rubens Lara localizado em Cubatão, São Paulo, que foi construído a partir de um projeto executivo detalhado, que especifica as características técnicas dos passeios públicos, das áreas comuns condominiais, das unidades habitacionais adaptadas, das áreas de convivência, contribuindo para o acesso e uso desses espaços. Nesse projeto foram implantados os conceitos de Acessibilidade e do Desenho Universal, seguindo as legislações e normas técnicas vigentes sobre esse assunto, resultando em soluções projetuais diferenciadas no universo da habitação social no Brasil. Dessa forma, essa dissertação se propõe a analisar esse Conjunto, a partir desses referenciais legais, além de discutir sobre as boas práticas encontradas, com o intuito de contribuir com os futuros projetos de moradia social focados na qualidade a partir da acessibilidade e do desenho universal.

[en] One of the greatest challenges Brazil faces is to reduce the deficit in dwellings supply, with an extra focus on the low-income market, which government officials have been working towards through city, state and federal policies. Among such acts, some are noteworthy as dwelling construction through partnerships with the private sector, as well as providing better loan conditions for property purchase. Such government efforts focus mainly on the quantitative aspect of the dwelling market problem, pushing qualitative matters to the background, but in a few initiatives, among which stands out State of São Paulo’s commitment through the state owned Company for Housing And City Development and the State Department for Housing, which have considered qualitative matters within the architectural and urbanistic projects undertaken by them. One such project in particular deserves special mention: the Rubens Lara condominium, located in Cubatão, São Paulo, which was built from a detailed executive plan, which specified technical details of its sidewalks and access streets, common grounds, accessible apartments and leisure areas, making for better access and use of these places. In this project were employed the concepts of Accessibility and Universal Design, following the legislation and technical rules which govern such matters at the time, which yielded in distinguished design solutions in the social dwelling market in Brazil. Therefore, this dissertation aims to study this project and its outcome, starting at the legal references, as well as discussing the good practices found in it, looking at contributing with future projects of social housing focused on quality, founded on Accessibility and Universal Design tenets.

Titulação: Mestre em Arquitetura e Urbanismo

Contribuidor(es):

[Orientador] Gilda Collet Bruna

[Membro da Banca] Maria Augusta Justi Pisani

[Membro da Banca] Helena Napoleon Degreas

Assunto(s):

[en] universal design

[pt] qualidade

[pt] habitação social

[pt] acessibilidade

[pt] desenho universal

[pt] ARQUITETURA E URBANISMO

[en] accessibility

[en] social housing

[en] quality

Data da defesa: 30/07/2013 em Universidade Presbiteriana Mackenzie

Arquivo para baixar: Dissertação em PDF

Fonte: http://tede.mackenzie.br/jspui/handle/tede/342. Acesso em 23/09/2016.