Mobilidade para o pedestre: avaliação das condições das calçadas acessíveis em ruas comerciais de São Paulo

Artigo apresentado no II ENANPARQ – 2012

Mobilidade para o pedestre: avaliação das condições das calçadas acessíveis em ruas comerciais de São Paulo

Autoras

Renata Lima de MELLO
Arquiteta e Urbanista; Mestranda; Universidade Presbiteriana Mackenzie; renatamello@bioarq.com.br

Gilda Collet BRUNA
Arquiteta e Urbanista; Profa. Dra; Universidade Presbiteriana Mackenzie; gildacbruna@gmail.com

RESUMO
As calçadas são vias voltadas ao trânsito de pedestres e desempenham um papel essencial para a circulação urbana. O deslocamento a pé representa 33,13% na região metropolitana de São Paulo, devendo as calçadas permitir segurança e facilidade no deslocamento a todos os transeuntes. É sabido que essas áreas de circulação disputam espaço com telefones públicos, lixeiras, tampas de inspeção, árvores, mesas, postes de iluminação, postes de sinalização entre outros. O presente artigo propõe analisar as características relevantes das calçadas nos trechos reformados a partir de 2006 das ruas: Avanhandava e Oscar Freire, importantes ruas comerciais de São Paulo, a partir da organização espacial proposta pelo Decreto Municipal 45. 904 de 19 de Maio de 2005 e NBR 9050:2004 – Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos, os quais separam as calçadas em três faixas distintas, faixa de acesso ao imóvel, faixa livre e faixa de serviço. Para tanto se pretende tecer considerações conceituais e práticas por meio de análise de exemplos implantados na cidade de São Paulo. Trata-se de focalizar a panorama da mobilidade visando à segurança e autonomia das pessoas, conseguidas através das aplicações das normas e legislações voltadas à acessibilidade.
PALAVRAS-CHAVE: calçadas; deslocamento à pé; organização espacial; acessibilidade

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Bibliografia:

MELLO, R.L.; BRUNA, G.C.. Mobilidade para o pedestre: avaliação das condições das calçadas acessíveis em ruas comerciais de São Paulo. In: II ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO, 2012, Natal/RN. Anais eletrônicos… Natal: ENANPARQ, 2012. CD-ROM.

Poesia: Viver deixa marcas

Por: Renata Mello

Conforme os dias passam,
E as folhas do calendário caem,
Vamos deixando as nossas marcas,
E também recebendo outras.

Nossos primeiros traços…
O choro que ecoa na maternidade;
O pezinho registrado no teste;
E a mão pintada na escola.

O rosto com formas arredondadas,
Demonstram nossa jovialidade,
Inexperiência,
Curiosidade.

Marcas roxas aparecem,
Pelo jogo de queimada,
Volei,
Ou por outra aventura.

Às vezes surge, um joelho ralado,
Uns pontos na testa,
Uns dentes quebrados,
Por mais algumas estripulias…

Mas isso não intimida.
Não nessa fase de descobertas.
Da cara lisinha.
Do sorriso inocente.

Muitos calendários são trocados.
O rosto modificado,
O olhar mais maduro,
O sorriso mutável.

A impressão digital estampada,
Em documentos com fotos,
Retratam que o tempo passou,
E que algumas pegadas já ficaram para trás.

Nossa! Quantas histórias…
Que marcaram por intensidade,
E por emoções,
Ora de alegria, Ora de tristeza.

Como nos transformamos!
Variações que nos ajustam…
E nos desajustam…
Uma constante mudança.

Acho que viver é isso.
As certezas virando dúvidas.
As dúvidas… certeza.
Uma dualidade constante.

Loucura?
Talvez!
Mas assim amadurecemos,
Somando as marcas.

Marcas que contam histórias,
De amores,
Aventuras,
Amizades,
Viagens…

A cada ano que chega,
Renovam-se as possibilidades,
De estampar as nossas ideias,
Os nossos sonhos.

Em palavras,
Em desenhos,
Em poemas,
Em canções.

Isso terá fim?
Acho que não.
Pois esses vestígios.
Eternizam-nos.

Poesia: Caravaggio

Por: Renata Mello

Seu olhar cuidadoso,
Capta a beleza natural,
Destacando a luz e a sombra,
Da humanidade.

Talento de menino,
Aperfeiçoado no tempo,
Registra cenas autênticas,
Eternizado-as em suas pinceladas.

Modelos reais,
Compõem os seus trabalhos,
Transformando os mundanos,
Em santos.

Retrata os irretratáveis,
E mostra seus rostos,
Seus sofrimentos,
Suas dores.

Defende suas ideias,
Tem sede de justiça,
Luta com suas próprias mãos,
Sofre por isso.

Precisa fugir,
Para se preservar.
Mas sua essência,
Nunca muda.

Um nobre cavaleiro,
Que guerreia até o fim,
Deixando para trás,
O realismo de uma lágrima.

Poesia: Flores

Por: Renata Mello

Apenas são!
Extremamente belas.
Simplesmente sensacionais.
Sensibilidade extremada.

Obras perfeitas.
Surpreendente nas formas.
Sutileza nos detalhes.
Arrojadas nas cores.

Beleza que encanta.
Delicadeza que seduz.
Vibram positivamente.
Causam fascínio.

Seres da Abundância.
Da magnitude.
Do amor.
Da luz.

Únicas e cativantes.
Divinas por natureza.
Transmutam perante os olhos.
Modificam-se com o tempo.

Raras ou abundantes.
Necessitam de cuidados.
Pedem com delicadeza.
Para serem cultivadas.

Oferecem seu perfume.
Presenteiam com as cores.
Acariciam ao tocá-las.
Conquistam no silêncio.

Energia poderosa.
Que transforma os corações.
Ilumina os olhares.
Une as pessoas.

Poesia: Arquiteto

Por: Renata Mello

O artista completo!
O desafiador do belo.
Da expressão pura das artes.
Da sintetização de todas elas.

Um maestro que rege a orquestra.
Que domina o conjunto de magia.
Com harmonia e equilíbrio.
Com dedicação e disciplina.

Um músico que desvenda o silêncio.
Que revela o som adormecido.
Que brinca com as notas.
E faz dos intervalos sua composição.

Um poeta que trabalha com as palavras.
Para apresenta sua intenção.
Às vezes objetiva.
Às vezes não.

Um escultor que elabora o barro.
Que trabalha com as mãos.
Que modela.
Que encanta.

Um ourives que lapida um metal.
Que apresenta o precioso.
Com graça e encanto.
Com design e formosura.

Um pintor que maneja seu pincel.
Quebrando o branco do plano.
Que às vezes restringe.
Mas que desafia.

Um dançarino que se movimenta no espaço.
Que absorve o som.
Que vibra.
Que delineia formas.

Assim o arquiteto começa.
Experimentando.
Amadurecendo.
Compreendendo.

Com apenas um simples lápis.
Umas linhas soltas aparecem no papel.
E revela o que estava escondido.
A alma do espaço aparece.

Do solo nasce quase que espontaneamente.
De forma naturalmente orgânica.
Através de texturas e planos.
A beleza.

A música toca.
A luz encanta.
O vento percorre.
Um novo espaço está surgindo.

Um ritmo novo marca presença.
Uma visão de mundo nasce.
Quase que espontaneamente.
Depois de inspiração e suor.

O espaço antes adormecido.
Em outro plano.
Nas mãos de um criador.
Agora vive.

Vibra.
Emociona.
Se expressa.
Seduz.

As pessoas aparecem.
Descobrem.
Interagem.
Socializam.

A obra agora é coletiva.
As histórias começam a ser traçadas.
As intenções são reveladas.
A diversidade preservada.

A qualidade de vida acontece.
Expressada através de respeito.
Da universalização.
Da sustentabilidade.

Na contemplação da obra construída.
O arquiteto agora se despede.
Para poder almejar novos vôos.
E fazer outras alquimias.

Cores Tendências e o Viver

As mudanças econômicas, sociais e comportamentais impactam diretamente na definição das cores tendências que são adotadas pela indústria da construção, moda e áreas afins.

Por: Renata Mello

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Foto: Renata Mello, 2015

As cores utilizadas na indústria da moda, nos acabamentos de arquitetura ou mesmo na publicidade são definidas a partir de estudos sobre o comportamento, consumo, entre outros fatores, buscando organizar a sociedade em grupos. A partir disso, são definidas as paletas de cores adequadas a cada contexto, dentro de um determinado período. Para se entender sobre as cores que estão mais presentes nesse ano, vale refletir sobre o cenário atual e as tendências futuras.

O início do século XXI está sendo marcado por constantes transformações econômicas, sociais e comportamentais difundidas fortemente através dos meios digitais. A internet possibilita a conexão entre pessoas de diversas partes do mundo em tempo real, facilitando a troca de informações e de cultura. A dimensão de tempo e espaço tem se transformado.

Hoje não é mais preciso se deslocar horas no trânsito para acessar o ambiente de trabalho, que muitas vezes se encontra em meio virtual, permitindo o desempenho das atividades laborais no sistema home office. Existe também um grupo de pessoas que decidem morar em meio a natureza, mas continuam obtendo suas receitas através de blogs, sites ou redes sociais, como é o caso do casal Emerson Viegas e Jaqueline Barbosa, responsáveis por criarem os blogs Hypeness e Casal sem Vergonha.

De modo geral, a tecnologia tem impactado nas formas de viver e de se relacionar com o mundo. Os smartphones se tornaram quase uma extensão do corpo, difícil quem não utilize aplicativos para facilitar a vida, como o Whatsapp para se comunicar com os amigos e familiares ou mesmo o Waze que indica os caminhos mais livres na cidade, permitindo chegar ao destino final em um período de tempo menor. Até para conhecer um parceiro amoroso existem aplicativos que prometem colaborar com o cupido e aproximam pessoas de contextos distintos.

O momento presente aponta para uma convivência muito próxima entre tecnologia e seres humanos. A animação “Operação Big Hero” sugere uma interação ainda mais forte entre máquinas e pessoas, quando expõe o companheirismo entre um robô e o jovem inventor Hero. Será esse o futuro?

Na residência do presente-futuro é possível encontrar materiais mais eficientes energeticamente, com baixo impacto ambiental, além de recursos de automatização que regulam a iluminação; que efetuam compras de alimentos com apenas alguns clicks na tela; entre outras facilidades, com o intuito de ampliar o conforto dos moradores.

Em paralelo, é possível perceber um movimento contrário a tanta modernidade das máquinas, sugerindo que ao longo dos anos, as pessoas estarão mais voltadas a natureza, buscando o essencial, com isso, consumindo apenas o necessário e criando grande parte dos seus utensílios.

Talvez nem tanto o mar e nem tanto a terra. É inegável que os recursos tecnológicos trouxeram muitos benefícios, mas ao mesmo tempo, o contato com os encantos naturais traz o equilíbrio interior, tão necessário ao bem-estar. Cabe a cada um dosar esses elementos, em busca da felicidade e qualidade de vida.

E surge então a pergunta: Quais são as melhores cores para esse momento? No cenário tecnológico é possível encontrar muito o uso do branco, dos diversos tons de cinza e um forte emprego dos azuis. Contrapondo a isso, a natureza nos remete a uma paleta mais quente, com tons alaranjados e vermelhos. O verde, mesmo considerado uma cor fria, aparece fortemente no contexto natural.

Na Casa Cor 2015 de São Paulo, importante mostra de decoração, foi possível identificar tanto o uso da paleta de cores associada a tecnologia, quanto aquela ligada aos elementos naturais. Cabe a cada profissional de criação, compor seus produtos, publicidades e ambientes utilizando as cores com propriedade, pois elas podem impactar positivamente ou não no bem-estar das pessoas. Como isso em mente, experimente as cores sem medo e crie soluções alinhadas as novas tendências.