Poesia: Arquiteto

Por: Renata Mello

O artista completo!
O desafiador do belo.
Da expressão pura das artes.
Da sintetização de todas elas.

Um maestro que rege a orquestra.
Que domina o conjunto de magia.
Com harmonia e equilíbrio.
Com dedicação e disciplina.

Um músico que desvenda o silêncio.
Que revela o som adormecido.
Que brinca com as notas.
E faz dos intervalos sua composição.

Um poeta que trabalha com as palavras.
Para apresenta sua intenção.
Às vezes objetiva.
Às vezes não.

Um escultor que elabora o barro.
Que trabalha com as mãos.
Que modela.
Que encanta.

Um ourives que lapida um metal.
Que apresenta o precioso.
Com graça e encanto.
Com design e formosura.

Um pintor que maneja seu pincel.
Quebrando o branco do plano.
Que às vezes restringe.
Mas que desafia.

Um dançarino que se movimenta no espaço.
Que absorve o som.
Que vibra.
Que delineia formas.

Assim o arquiteto começa.
Experimentando.
Amadurecendo.
Compreendendo.

Com apenas um simples lápis.
Umas linhas soltas aparecem no papel.
E revela o que estava escondido.
A alma do espaço aparece.

Do solo nasce quase que espontaneamente.
De forma naturalmente orgânica.
Através de texturas e planos.
A beleza.

A música toca.
A luz encanta.
O vento percorre.
Um novo espaço está surgindo.

Um ritmo novo marca presença.
Uma visão de mundo nasce.
Quase que espontaneamente.
Depois de inspiração e suor.

O espaço antes adormecido.
Em outro plano.
Nas mãos de um criador.
Agora vive.

Vibra.
Emociona.
Se expressa.
Seduz.

As pessoas aparecem.
Descobrem.
Interagem.
Socializam.

A obra agora é coletiva.
As histórias começam a ser traçadas.
As intenções são reveladas.
A diversidade preservada.

A qualidade de vida acontece.
Expressada através de respeito.
Da universalização.
Da sustentabilidade.

Na contemplação da obra construída.
O arquiteto agora se despede.
Para poder almejar novos vôos.
E fazer outras alquimias.

Publicidade