Poesia: Caravaggio

Por: Renata Mello

Seu olhar cuidadoso,
Capta a beleza natural,
Destacando a luz e a sombra,
Da humanidade.

Talento de menino,
Aperfeiçoado no tempo,
Registra cenas autênticas,
Eternizado-as em suas pinceladas.

Modelos reais,
Compõem os seus trabalhos,
Transformando os mundanos,
Em santos.

Retrata os irretratáveis,
E mostra seus rostos,
Seus sofrimentos,
Suas dores.

Defende suas ideias,
Tem sede de justiça,
Luta com suas próprias mãos,
Sofre por isso.

Precisa fugir,
Para se preservar.
Mas sua essência,
Nunca muda.

Um nobre cavaleiro,
Que guerreia até o fim,
Deixando para trás,
O realismo de uma lágrima.

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Poesia: Arquiteto

Por: Renata Mello

O artista completo!
O desafiador do belo.
Da expressão pura das artes.
Da sintetização de todas elas.

Um maestro que rege a orquestra.
Que domina o conjunto de magia.
Com harmonia e equilíbrio.
Com dedicação e disciplina.

Um músico que desvenda o silêncio.
Que revela o som adormecido.
Que brinca com as notas.
E faz dos intervalos sua composição.

Um poeta que trabalha com as palavras.
Para apresenta sua intenção.
Às vezes objetiva.
Às vezes não.

Um escultor que elabora o barro.
Que trabalha com as mãos.
Que modela.
Que encanta.

Um ourives que lapida um metal.
Que apresenta o precioso.
Com graça e encanto.
Com design e formosura.

Um pintor que maneja seu pincel.
Quebrando o branco do plano.
Que às vezes restringe.
Mas que desafia.

Um dançarino que se movimenta no espaço.
Que absorve o som.
Que vibra.
Que delineia formas.

Assim o arquiteto começa.
Experimentando.
Amadurecendo.
Compreendendo.

Com apenas um simples lápis.
Umas linhas soltas aparecem no papel.
E revela o que estava escondido.
A alma do espaço aparece.

Do solo nasce quase que espontaneamente.
De forma naturalmente orgânica.
Através de texturas e planos.
A beleza.

A música toca.
A luz encanta.
O vento percorre.
Um novo espaço está surgindo.

Um ritmo novo marca presença.
Uma visão de mundo nasce.
Quase que espontaneamente.
Depois de inspiração e suor.

O espaço antes adormecido.
Em outro plano.
Nas mãos de um criador.
Agora vive.

Vibra.
Emociona.
Se expressa.
Seduz.

As pessoas aparecem.
Descobrem.
Interagem.
Socializam.

A obra agora é coletiva.
As histórias começam a ser traçadas.
As intenções são reveladas.
A diversidade preservada.

A qualidade de vida acontece.
Expressada através de respeito.
Da universalização.
Da sustentabilidade.

Na contemplação da obra construída.
O arquiteto agora se despede.
Para poder almejar novos vôos.
E fazer outras alquimias.