As mudanças econômicas, sociais e comportamentais impactam diretamente na definição das cores tendências que são adotadas pela indústria da construção, moda e áreas afins.
Por: Renata Mello
Foto: Renata Mello, 2015
As cores utilizadas na indústria da moda, nos acabamentos de arquitetura ou mesmo na publicidade são definidas a partir de estudos sobre o comportamento, consumo, entre outros fatores, buscando organizar a sociedade em grupos. A partir disso, são definidas as paletas de cores adequadas a cada contexto, dentro de um determinado período. Para se entender sobre as cores que estão mais presentes nesse ano, vale refletir sobre o cenário atual e as tendências futuras.
O início do século XXI está sendo marcado por constantes transformações econômicas, sociais e comportamentais difundidas fortemente através dos meios digitais. A internet possibilita a conexão entre pessoas de diversas partes do mundo em tempo real, facilitando a troca de informações e de cultura. A dimensão de tempo e espaço tem se transformado.
Hoje não é mais preciso se deslocar horas no trânsito para acessar o ambiente de trabalho, que muitas vezes se encontra em meio virtual, permitindo o desempenho das atividades laborais no sistema home office. Existe também um grupo de pessoas que decidem morar em meio a natureza, mas continuam obtendo suas receitas através de blogs, sites ou redes sociais, como é o caso do casal Emerson Viegas e Jaqueline Barbosa, responsáveis por criarem os blogs Hypeness e Casal sem Vergonha.
De modo geral, a tecnologia tem impactado nas formas de viver e de se relacionar com o mundo. Os smartphones se tornaram quase uma extensão do corpo, difícil quem não utilize aplicativos para facilitar a vida, como o Whatsapp para se comunicar com os amigos e familiares ou mesmo o Waze que indica os caminhos mais livres na cidade, permitindo chegar ao destino final em um período de tempo menor. Até para conhecer um parceiro amoroso existem aplicativos que prometem colaborar com o cupido e aproximam pessoas de contextos distintos.
O momento presente aponta para uma convivência muito próxima entre tecnologia e seres humanos. A animação “Operação Big Hero” sugere uma interação ainda mais forte entre máquinas e pessoas, quando expõe o companheirismo entre um robô e o jovem inventor Hero. Será esse o futuro?
Na residência do presente-futuro é possível encontrar materiais mais eficientes energeticamente, com baixo impacto ambiental, além de recursos de automatização que regulam a iluminação; que efetuam compras de alimentos com apenas alguns clicks na tela; entre outras facilidades, com o intuito de ampliar o conforto dos moradores.
Em paralelo, é possível perceber um movimento contrário a tanta modernidade das máquinas, sugerindo que ao longo dos anos, as pessoas estarão mais voltadas a natureza, buscando o essencial, com isso, consumindo apenas o necessário e criando grande parte dos seus utensílios.
Talvez nem tanto o mar e nem tanto a terra. É inegável que os recursos tecnológicos trouxeram muitos benefícios, mas ao mesmo tempo, o contato com os encantos naturais traz o equilíbrio interior, tão necessário ao bem-estar. Cabe a cada um dosar esses elementos, em busca da felicidade e qualidade de vida.
E surge então a pergunta: Quais são as melhores cores para esse momento? No cenário tecnológico é possível encontrar muito o uso do branco, dos diversos tons de cinza e um forte emprego dos azuis. Contrapondo a isso, a natureza nos remete a uma paleta mais quente, com tons alaranjados e vermelhos. O verde, mesmo considerado uma cor fria, aparece fortemente no contexto natural.
Na Casa Cor 2015 de São Paulo, importante mostra de decoração, foi possível identificar tanto o uso da paleta de cores associada a tecnologia, quanto aquela ligada aos elementos naturais. Cabe a cada profissional de criação, compor seus produtos, publicidades e ambientes utilizando as cores com propriedade, pois elas podem impactar positivamente ou não no bem-estar das pessoas. Como isso em mente, experimente as cores sem medo e crie soluções alinhadas as novas tendências.