Por: Renata Mello
Grande Mesquita Sheikh Zayed – Fonte: Pixabay
A Casa Portoro foi o palco da ‘I Conferência de Arquitetura Árabe Contemporânea’ nesta última quarta-feira (14). Nesta ocasião, o arquiteto sírio Hasan Alharek abordou sobre três temas distintos da arquitetura árabe.
O primeiro enfoque da discussão foi sobre as antigas casas típicas da capital Síria, Damasco. Segundo Hasan, as construções são muito próximas umas das outras, por isso, as residências não são voltadas para o exterior, mas para um pátio central interno, onde fica localizado um fontanário. A função principal desse átrio central é de facilitar a circulação de ar fresco e de permitir a entrada de luz natural, assegurando a salubridade das casas e o conforto térmico das mesmas. Já o interior destas moradias é rico em ornamentos geométricos remetendo a plantas e animais. Esses elementos são utilizados na concepção de qualquer ambiente, aplicados tanto nos pisos quanto nas paredes.
Após esse panorama geral sobre as moradias, o palestrante expôs a respeito das mesquitas islâmicas. Cabe mencionar, que os países árabes possuem três religiões predominantes: o cristianismo, o judaísmo e o islamismo. No entanto, para ilustrar a arquitetura árabe, Hasan escolheu se aprofundar nas tipologias das mesquitas. Para tanto, apresentou o seguinte vídeo:
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=4ykDTwjY7fs – Acesso em 19.03.2018
Os pontos principais expostos:
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Arquitetura islâmica possui ornamentos geométricos e caligrafia árabe nas paredes;
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Cúpula como elemento de aproximação com o céu e que permite ampliar verticalmente as construções;
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As mesquitas possuem um elemento chamado de Malgaf que serve para conduzir o ar para os ambientes internos e uma torre de vento conhecida como Badgir para direcioná-lo. Desta forma, busca-se uma ventilação natural eficiente nestes edifícios;
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Estas construções sagradas também possuem painéis decorativos nas aberturas (Mashrabiya), que filtram a luz e mantêm a privacidade do local;
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Outra particularidade das mesquitas é que sempre indicam a direção de Meca, cidade considerada a mais sagrada no mundo para os muçulmanos.
Por fim, o foco da apresentação se voltou para a arquitetura contemporânea árabe com destaque para algumas construções de Dubai. As formas geométricas permanecem nos interiores, mas de forma mais sutil, como por exemplo, aplicadas em apenas alguns elementos da construção. O uso da tecnologia nos edifícios também é outro denominador comum.
Sem dúvida, uma arquitetura rica em história, significado e religiosidade!
Para conhecer mais, vejam os livros:
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Arquitectura Islámica en Andalucía da editora Taschen – autores: Marianne Barrucand e Achim Bednorz
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Caligrafia Árabe da Bibliaspa – autor: Moafak Dib Helaihel